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Recordar um dia na Floriade 2012

Passaram 10 anos. Muita expectativa, afinal a visita à anterior edição da Floriade (2002) tinha sido tão memorável que logo ficou “agendada” visita à edição seguinte. É esta.

Texto: Jorge Freixial            Fotografia: Carmo Franco e Jorge Freixial

Chegámos! Começámos pelo tema “Jardim das culturas”, uma zona onde pudemos observar uma avenida com diversos jardins de autor com temas muito diversificados. Muito interessantes e criativos. Perto, localizavam-se grande parte dos pavilhões de representações de países (Portugal não se fez representar).

Infelizmente, muitos deles mais não eram do que “bazares” de venda de artesanato e objectos vários,outros estavam ali para promover o seu país, da mesma forma como estariam numa qualquer Expo, em qualquer caso, pouco tinham a ver com o tema da Floriade em si.

Honrosas excepções foram os pavilhões de Espanha e Itália, divulgando o que de melhor produzem no campo da indústria alimentar vegetal, com especial destaque para o vinho,azeite e hortícolas. Porém o pavilhão que mais nos agradou foi o da Bélgica, quer pelo design, quer pelo conceito, levando os visitantes a fazer uma pequena caminhada (no telhado do pavilhão…) por entre plantas silvestres que ocorrem no país. Aliás, esta foi uma das principais tónicas dos espaços exteriores do recinto, ao invés de vistosas e coloridas plantas exóticas, apostou-se mais em plantas adaptadas ao clima do norte da Europa.

Fomos entrando na zona dedicada ao ambiente. A importância de adoptar um estilo devida que leve o vegetal para casa e para o trabalho quotidiano.De novo, uma cascata de criatividade, e design associado ao mundo vegetal. Observámos, por exemplo, o interior uma casa literalmente repleto de plantas – simbólica utopia. Muitos jardins verticais, hortas domésticas e soluções para uma vida mais de acordo comas boas práticas ambientais.


Na zona dedicada à educação e a inovação são apresentadas ao visitante as mais recentes “criações” no campo da produção horto-frutícola, por exemplo tomates castanhos, couves flor violeta ou cor de laranja, exóticos cogumelos, espargos tamanho XL, novas apresentações de plantas aromáticas, etc. Um regalo para os sentidos. Muito interessante é também a grande estufa dedicada aos ambientes tropicais, com uma grande profusão de plantas oriundas dos trópicos (destaque para as orquídeas, claro!).Várias, lindas, colinas relvadas de um lado, plantadas no outro, com plantas adaptadas ao rigoroso clima desta zona da Europa.
Após visitar esta zona, o visitante fica bem consciente da importância de ir sempre aprendendo e inovando.

Já com alguma fadiga resultante de muito caminhar (e de calor), entrámos na zona dedicada ao bem-estar associado ao verde. Uma extraordinária colecção de carpas Koy exibiam tranquilamente as suas cores num grande lago de águas límpidas, vários jardins de autor ao estilo oriental, cascatas, um surpreendente conjunto escultórico em turfa plantada com ervas representado grandes cabeças de ogre, um jardim Japonês a travessado por um gigantesco dragão de ferro oxidado, que “interrompia” de tempos a tempos a tranquilidade, cuspindo fogo. Aqui, vive-se a filosofia oriental de associar o exterior/verde à paz de espírito e descanso. Magníficos espaços onde apetecia ficar algumas horas a desfrutar.


Chegámos assim ao último espaço, aquele onde se abordava a relação entre a indústria e a natureza. Mais alguns jardins, com ideias originais (grandes esferas de material reflector, lareiras ao ar livre, jardins para “convidar” vida selvagem, uma garagem/cozinha em inox, uma fonte de lago alimentada por painéis solares flutuantes, etc.). Um pavilhão e jardim adjacente mostram as últimas novidades em termos de bolbos (ou não estivéssemos na Holanda…).

Um outro pavilhão apresenta e convida para visitar o novo espaço de horto floricultura a abrir em 2014, em Alsmeer, o Bloomin´ Holland, um centro tecnológico e de interpretação onde o visitante terá contacto com as soluções tecnológicas, práticas e estéticas da produção vegetal. Ficamos à espera.Finalmente, o que mais nos surpreendeu nesta edição da Floriade: a bela, enorme e ultra sustentável estufa “Villa Flora”. No seu interior pudemos observar inúmeros arranjos com plantas e flores vivas ou de corte, lindíssimos jardins verticais, algumas representações de países, e viver um bom ambiente, em sentido literal.

Vários níveis de exposição, tudo cuidado ao detalhe, e num dos topos, o “display” que mais nos tocou: um emaranhado de tábuas coloridas de onde pendiam centenas de bromélias, numa explosão de originalidade, cor e beleza com estas magníficas plantas que a Holanda já descobriu há muito, e que por cá já se começa a descobrir. Ainda bem.

Grande dia, rodeados de beleza vegetal. Naturalmente que já agendámos a vista à Floriade 2022…

Destaque:

Este evento, promovido pelos activos e inovadores holandeses, é um marco mundial na divulgação do que de melhor se faz no campo da horto floricultura. A edição deste ano ocupa cerca de 66 hectares, na região de Venlo, muito perto das fronteiras com a Alemanha e a Bélgica. A exposição dura 6 meses (de 5 de Abril a 7 de Outubro).

Tem como tema aglutinador a relação do homem com as plantas – “O teatro da natureza”, sendo este mote abordado, em termos de espaços, em 5 sub-temas: *Jardim das culturas (World Show Stage), *O Ambiente, *A educação e inovação, *O bem-estar associado ao verde (Relax and Heal) e *A relação entre a indústria e a natureza (Green Engine).

Cada um dos temas tem os respectivos pavilhões e jardins em zonas próprias, todas separadas umas das outras por bosques autóctones. Como cenário para o magnífico palco central, estende-se um grande lago, que “abraça” uma grande parte do recinto.

Saiba mais em: www.floriade.com e www.bloominholland.com

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1 Comments

  1. Clementina Garrido 5 de Março de 2013

    Bom dia! gostei bastante, obrigada prof. Jorge Freixial.
    C.G.

    Responder

Deixe o seu comentário Clementina Garrido

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