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Piet Oudolf, o melhor do design Holandês

Texto e Fotografia: Catarina Gonçalves

Piet Oudolf é um dos mais prestigiados designers de jardins a nível mundial, famoso pelas suas criações de bordaduras herbáceas. Este designer holandês dá-nos a conhecer a outra fase das plantas, aquela em que julgamos que a planta está morta e a que normalmente damos pouca importância. Para muitas plantas essa fase é nesta altura do ano.

O seu trabalho dá prioridade à estrutura da planta e à sua mudança durante as estações. A estrutura assume aqui uma importância mais relevante do que os aromas ou cores das flores. Piet Oudolf nasceu em 1944 e aos 25 anos decidiu dedicar-se á prática de jardinagem em vez de seguir o negócio de família, um restaurante e um bar.

Este foi o primeiro passo na carreira dum dos designers que mais inspirou colegas profissionais em todo o mundo e ainda hoje é uma referência. A sua primeira grande influência foi Milen Ruys, a única designer holandesa de jardins que naquele tempo falava mais de plantas e plantações do que propriamente no design. Com a sua primeira visita a Inglaterra, Piet Oudolf ficou maravilhado com o número de plantas existentes e a variedade de espécies. Foi em 1982 que decidiu começar a sua própria estufa, pois estava cada vez frustrado dado que não conseguia encontrar na Holanda as plantas que ele queria para os seus projectos de design paisagístico.

Coleccionando plantas de vários países por onde viajava, especialmente Inglaterra e Balcãs, o seu objectivo era seleccionar as melhores espécies de plantas que pudessem ser usadas nos jardins e muitas delas ignoradas pelas grandes estufas e jardineiros dessa época. Muitas destas plantas eram ervas ornamentais e umbelíferas.

Os seus projectos recriam emoções, a atmosfera concebida lembra a natureza mais selvagem e ao mesmo tempo os elementos contrastantes muito estruturais lembram-nos que na realidade estamos num jardim. Muitos dos seus designs usam a formalidade de uma maneira bastante tradicional mas a composição e os pequenos detalhes tornam estes jardins únicos.

O trabalho deste designer, ensina-nos para além de tudo que a beleza está sempre presente só temos é que saber olhar. Beleza essa que vai muito para além de cores e flores.

O seu trabalho tem influenciado designers não só no norte da Europa como um pouco por todo o mundo que vão adaptando a sua filosofia aos diferentes climas.

As plantas são usadas como uma paleta de tintas de um artista seleccionadas pela sua forma, tipo de folha e estrutura. De acordo com Piet Oudolf este tipo de paletas são essenciais para qualquer jardineiro, designer ou paisagista e estão divididas por ordem de importância em forma, estrutura das folhas, texturas e só depois por cor.

A evolução das plantas herbáceas, o seu crescimento, a floração, a cabeça de sementes, folhas secas e o seu esqueleto de Inverno, todas estas etapas são exploradas ao máximo nos seus projectos. É esta forma de apreciar plantas no seu todo e em toda a sua evolução que pode ser traduzida para qualquer clima e em todas as condições-

Alguns dos trabalhos de Piet Oudolf:

ABN Amro Bank, Holanda

Battery Park, Nova Iorque

Pensthorpe, Inglaterra

Millenium Park´s Lurie Garden, Chicago

Scampston Hall, Inglaterra

Em Hummelo perto de Arnhem na Holanda está localizado o jardim e estufa de Piet Oudolf e sua mulher Anja Oudolf.

Para mais informações sobre os trabalhos de Piet Oudolf consulte www.oudolf.com.

Sobre o jardim deste artigo:

Wisley Gardens, Surrey, Inglaterra é um dos jardins da RHS- Royal Horticulture Society, para mais informações visite o site www.rhs.org.uk.