Portal do Jardim.com

Aloe Vera: Inúmeras Propriedades Medicinais

No processo de escolha da planta do mês sinto por vezes que muita coisa fica por dizer acerca da maioria das plantas e decididamente algumas mais que outras. É este o caso do Aloes sobre o qual há tanta coisa para dizer. Tentarei portanto apelar à minha capacidade de síntese.

História

O Aloe é uma planta suculenta originária da África do Sul, da Província do Cabo, da África Tropical e de Madagáscar onde algumas espécies correm sérios riscos de extinção. Existe ainda na Península Arábica, e Antilhas mas é hoje plantado um pouco por todo o mundo, onde é muito apreciado e utilizado devido aos seus múltiplos usos internos e externos. Quando cultivado em climas temperados, é necessário protegê-lo da geada. Dá-se muito bem em vasos, como planta de interior. Existem cerca de 400 variedades de Aloes, uma das variedades era já conhecida nos tempos bíblicos onde era utilizada na extracção de madeira. Na Malásia e Índia é utilizada uma outra variedade no fabrico de incenso. Nos países islâmicos simboliza a paciência. Era conhecida dos Gregos e Romanos e diz-se que Cleopatra utilizava as folhas frescas diariamente nos seus tratamentos de beleza. A variedade que aqui nos interessa é Aloe vera ou Aloe barbadensis. O Aloes do Cabo, ou Aloe ferox, é muito cultivado nas Antilhas. No Brasil é conhecida por babosa. O Aloes envasado tem um teor mais baixo de antraquinonas (aloína).

Descrição botânica

O Aloe vera é uma das cerca de 400 variedades do Aloe. Foi durante muito tempo considerada da família das Liliáceas, mas estudos recentes classificam-na como pertencente à famílias das Asphodeláceas. É uma planta vivaz, de folhas suculentas, longas e espessas, de cor verde claro. Atinge cerca de 60 centímetros de altura, espigão com flores amarelas ou laranja. Resistente às secas e sensível às geadas. Gosta de solos secos e bem drenados. É também conhecida como Cacto-dos-Aflitos e Cura-Câncros.

Composição

Traquinona (aloína e aloe-emodina), mucilagem, resinas, taninos, polisacáridos, aloectina-B, cálcio, fósforo, cobre, magnésio, ferro, potássio, zinco, vitaminas A, B1, B5, B6 e B12, C. Ácidos gordos (gamalinoleicos), prostanglandinos que ajudam a diminuir a inflamação e aumentam o poder cicatrizante das feridas.

Propriedades

Externamente é utilizado fresco e directamente sobre a pele no alívio de queimaduras solares e outras, incluindo queimaduras de radiação devido à sua acção refrescante, anti-inflamatória e regeneradora do tecido celular restituindo rapidamente os líquidos nas três camadas dérmicas, aliviando a dor e nutrindo a pele devido à sua riqueza em aminoácidos e vitaminas. Utiliza-se ainda em picadas de insectos e feridas várias, como cicatrizante, anti-bacteriano e antiviral. De um modo geral alivia quase todos os problemas de pele que requeiram um remédio calmante e adstringente, como por exemplo em casos de varizes. É um excelente regenerador celular acelerando o crescimento de novas células eliminando as velhas, por isso tem sido utilizado com sucesso na cura de vários câncros de pele e outros. É vaso-dilatador, dilatando os capilares, e aumentando o fluxo sanguíneo. É útil no tratamento do reumatismo e artrite. Úlceras pépticas e estomacais, hipertensão, pé-de-atleta (antifungico), anemia e acne. É ainda utilizado para aliviar aftas e doenças das gengivas, verrugas e estrias.

A melhor forma de utilizar o Aloe vera é cortar uma folha na longitudinal, abrindo-a, e aplicar o gel transparente sobre a pele ou couro cabeludo, tendo o cuidado de não utilizar a parte amarela da base da folha que é muito amarga e pode causar irritação da pele em pessoas mais sensíveis. O resto da folha que não se utilize pode ser guardado no frigorífico ou congelador e utilizado como emplastres frescos. Conservam-se assim vários meses quando cortado na perpendicular à folha.

Para uso interno, é necessário ter muito cuidado e seguir aconselhamento médico, pois existem muitas adulterações no mercado. Estas adulterações existem sobretudo nos produtos utilizados nas extracção e estabilização do gel. Este gel amargo é um potente laxativo, causando contracções do cólon, e originando movimentos intestinais 8 a 12 horas após a sua ingestão. Em doses baixas estas propriedades amargas estimulam a digestão e em doses altas são purgantes.

Cosmética

O Aloe é muito utilizado em cremes de beleza e shampoos, mas aqui mais uma vez é necessário ter a atenção as marcas. O melhor mesmo é ter sempre à mão uma planta e utilizá-la fresca.

Contra indicações

O Aloe não deve ser consumido internamente durante a gravidez dadas as suas características purgativas. Também não deve ser utilizado em caso de hemorróidas ou doenças renais.