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Roseiras

O curioso Cupido, aproximando-se demasiado das abelhas que trabalhavam arduamente nas Roseiras do Jardim do Olimpo, foi cruelmente picado. De cada picada surgiu uma gota de sangue que transformou as pétalas, até então todas brancas, em pétalas vermelhas.
Vénus, aflita, precipitou-se para o socorrer e, na corrida entornou o frasco de cheiros que sempre trazia preso à cintura. Desde este dia, as rosas são multicolores e perfumadas…

Um pouco de História

As primeiras rosas cultivadas na Europa, aparecem pela Idade Média, trazidas pelos cruzados que voltavam do Oriente.
Foram os Franceses, que, no séc. XVIII as começara a cruzar para obter novas espécies, mantendo-se ainda hoje no topo da lista dos criadores de rosas.

No Hemisfério Norte, a história das rosas perde-se na noite dos tempos. Intitulada, merecidamente, Rainha dos Jardins, é uma jóia que os jardineiros têm talhado, pacientemente,
de geração em geração.

Dizem os cientistas que as primeiras roseiras apareceram há cerca de 35 milhões de anos. Não se sabendo muito sobre estas primeiras espécies, são no entanto inúmeros os textos antigos que provam que a Rainha das Flores assim era considerada já no tempo dos Egípcios, dos Gregos e dos Romanos.
Nessa altura no entanto, apenas se cultivava uma variedade de flores brancas, sobretudo pelas suas virtudes medicinais. Outros testemunhos históricos dizem também que há perto de 5.000 anos já se cultivavam rosas também na China.
Estas flores, expandiram-se por todo o hemisfério Norte sem nunca atravessar o Equador.

Ao longo dos séculos XII e XIII, os cruzados traziam de terras Orientais variedades novas de rosas que a Europa ia aprendendo a cultivar. Perto do ano de 1700 dá-se uma verdadeira explosão no mundo dos jardineiros, aparecem novas variedades vindas da China, da Índia e do Japão.
Na tentativa de criar rosas mais resistentes ao clima frio da Europa, criam-se os primeiro híbridos, dando origem a mais de 10.000 variedades de rosas, umas artificialmente criadas, outras espontâneas (é o caso da famosa rosa chá), que se agrupam hoje sob a designação de Rosas Antigas, tendo todas elas sido criadas antes de 1920.

Manutenção da Roseira

As roseiras precisam de adubos específicos para se desenvolverem correctamente. Adube-as na Primavera e de novo no final do verão, para obter uma melhor segunda floração.
Sem adubo, as roseiras não se desenvolvem e com o tempo tornam-se raquiticas.
Outra necessidade essencial é a água. Adapte a rega à qualidade do solo mas, sobretudo, regue!

Para facilitar uma segunda onda de flores, é preciso ir retirando as flores murchas sem demoras. Se estas forem agrupadas, deve retirar-se o conjunto, tendo o cuidado de verificar que se está a cortar acima do novo rebento.

Cuidar da sua roseira passa também por aligeirar a terra à volta do seu pé, a crosta dificulta o crescimento das raízes, as ervas daninhas fazem-lhe concorrência e o calor do verão pode por vezes queimar-lhes as raízes.Para evitar que isto aconteça, proteja a terra com outras flores ou folhas mortas, relva cortada ou até palha ou casca de pinheiro.
Irá manter a terra mais fresca, fofa e livre de ervas daninhas por mais tempo.

Podem por vezes aparecer botões com uma cor mais clara e folhas diferentes. Suprima-os. Não serão portadores de belas flores e estarão a consumir energia que a planta poderia aplicar às belas flores que já tem a caminho.

Se as folhas da roseira começarem a ficar amarelas, verifique o solo. A roseira não gosta de extremos e, se a terra for demasiado calcária ou ácida, vai encolher-se, florir mal, podendo até acabar por desaparecer. Em relação ao solo é também preciso ter em conta o seguinte: se a terra for demasiado compacta vai asfixiar-lhe as raízes, se não o for suficientemente, poderá levar a que lhe falte água.

Multiplicar Roseiras

A multiplicação é uma tarefa muito fácil. Pode até tentar com rosas cortadas de um ramo que lhe tenham oferecido.
Entre Setembro e Outubro, corte um ramo com cerca de 20cm, sem flores, e intale-o comodamente em terra de boa qualidade num lugar com bastante luz.
Espere 2 a 3 semanas e verá surgir as tão desejadas raízes. Pode então mudar a sua nova roseira para o seu espaço definitivo ou mantê-la em vaso.

Nota: Muitas das variedades que se encontram à venda no mercado, quer sejam plantas ou flores cortadas, estão protegidas pelos seus criadores e a sua reprodução é proibida.

Proteger as Roseiras do Frio

Deverá, principalmente se o Inverno for muito rigoroso, proteger a sua roseira.
é uma tarefa simples, que se faz muito rapidamente. Faça um pequeno monte de terra à volta do pé da roseira, cerca de 20cm de altura são suficientes.
Tenha no entanto o cuidado de a envolver em terra limpa de ervas daninhas(incluindo raízes), que se irão desenvolver na terra fazendo concorrência à roseira.

Semear Rosas

É possível. Deixe que as semente amadureçam na flor, recolha-as, guarde-as em lugar fresco e seco até à Primavera. Entre Março e Abril, faça a sua sementeira.
Demorará a germinar cerca de um mês, no fim do qual terá, provavelmente uam nova variedade de roseira para plantar no seu jardim. Pode plantá-la quando tiver desenvolvido algumas folhas sem receio que se venha a perder.

Curiosidades

Existem rosas cujo perfume vai variando ao longo do dia. Como a Golden Celebration – ausgold- que de manhã têm um pronunciado aroma de limão, passando à medida que o sol aquece a lembrar doces morangos e chegando ao final do dia a ter notas, facilemnte identificáveis de amora.
O mesmo acontece com a Madame Alfred Carrière, que tem de manhã um leve perfume de rosa antiga, lembrando vagamente litchies, passando para os citrinos, como a toranja e cheirando ao final do dia a doce de amora!