Camarinha ou camarinheira (Corema album ou Corema album ssp. azoricum) é uma planta da família das Ericáceas, embora nalguns manuais mais antigos apareça associada à família das Empetráceas.
As flores surgem de Março a Junho, masculinas e femininas em plantas separadas, mas são tão pequenas que passam quase despercebidas, sendo a sua polinização assegurada pelo vento. A ramagem liberta uma intensa e espectacular fragrância a mel (dos Deuses).
Os frutos surgem em pleno Agosto e Setembro, pequenas drupas brancas, semelhantes a pérolas, comestíveis, constituindo um apetitoso festim para animais silvestres e humanos atentos.
Noutros tempos eram vendidos por mulheres, em diversas zonas balneares do país, em cartuchos de papel.
É um endemismo ibérico, sendo frequente em sistemas dunares ou matas baixas dos pinheirais, ocorrendo desde Cádiz ao Algarve e ao longo de toda a costa portuguesa, até à Galiza, onde a pude observar no paraíso botânico que são as ilhas de Ons e Cíes. Ocorre também nos Açores, nas ilhas de São Miguel, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial.
Trata-se de uma espécie em perigo, com um enorme potencial enquanto planta ornamental.
Infelizmente encontra-se muito pouco estudada e são escassas as referências a esta planta, sendo no entanto citada por alguns autores como remineralizante, antihelmíntica leve e febrífuga, além de comestível.
LUÍS ALVES tem 36 anos, é do Porto. Lecciona em diversos cursos de jardinagem e espaços verdes, plantas aromáticas e medicinais, e foi orador convidado de diversas palestras sobre os temas. É técnico de Agricultura Biológica, escrevendo regularmente para revistas especializadas. Editou um DVD com um curso de PAM. Nos últimos 7 anos é agricultor e viveirista, produzindo em modo de produção biológico plantas aromáticas, medicinais, condimentares e flora espontânea autóctone, sendo também consultor especializado em jardinagem e espaços verdes. Foi galardoado com «1º Prémio “Agricultor sobresaliente en actividades innovadoras” 2008»