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Garden design; topiária nos jardins contemporâneos

A topiária é a arte de podar plantas em formas ornamentais. Consiste na prática da jardinagem que dá formas artísticas às plantas recorrendo à poda para esse efeito. Conhecem-se evidências da prática de topiária desde os tempos romanos, e voltou em força durante o renascimento Italiano culminado com a obra de André Le Nôtre, o criador dos jardins de Versalhes em 1662. Le Nôtre recorreu à utilização de várias espécies (principalmente o buxo) para obter formas cónicas e piramidais.

 

Com o estilo de jardins do período vitoriano, em Inglaterra do século XIX, as formas utilizadas na arte da topiária passaram a ser arredondadas, meias luas, rombos, corações e arcos. Os jardins de Villandry, um espaço em que os padrões têm um papel preponderante assim como o uso da poda que cria efeitos extraordinários nos jardins.

Para “esculpir” uma planta são necessários, normalmente, vários anos de intervenções que consistem, entre outras técnicas, em utilizar estacas e armações para guiar o crescimento e obter as formas que de outra maneira seriam impossíveis de alcançar.

Algumas das espécies vegetais utilizadas, para além do buxo, são as dos géneros Ligustrum, Lantana, Lonicera (madressilvas) e Hedera (hera), ou Prunus laurocerasus (o louro-cerejo) e o alecrim. A topiária é tradicionalmente feita em vegetação de folha persistente, compacta e relativamente estável em termos de crescimento.

Para conseguir arbustos podados com formas individuais, o mais apropriado é utilizar arbustos espessos como o buxo ou o teixo. Árvores e arbustos podem também ser adquiridos já treinados, em viveiros especialistas neste tipo de trabalho, que terão um aumento de custo associado. Durante os últimos dois anos temos vindo a verificar um retorno da topiária ao jardim residencial, com tendências para formas mais geométricas e não as representações figurativas mais tradicionais de animais, etc.

Durante o RHS Chelsea Flower, que decorre em Londres durante o mês de Maio, podemos analisar exemplos de como elementos de topiária podem ser integrados com uma vegetação mais naturalista criando contrastes interessantes em termos estruturais. Este tipo de interpretação contemporânea da arte do topiário é muito interessante e um desafio para os jardineiros mais exigentes pois requer uma manutenção muito mais cuidadosa e paciente.

Alguns dos exemplos mais interessantes tem haver com o contraste do elemento topiário com vegetação de estrutura mais naturalista e por vezes até aparentemente caótica. Este elemento é tembém ideal para fazer divisões no jardim, criar espaços específicos dentro do jardim.

 

Sobre o buxo: O buxo é uma planta ornamental arbustiva de folha persistente e de cor verde. É indígena no centro da Europa, em África, na Ásia ocidental, nas Antilhas e na América central. Pensa-se que os romanos terão sido os primeiros a podar buxos e outras plantas arbustivas, dando-lhes a forma de colunas, pirâmides, bolas e animais. Esta arte – a topiária – foi redescoberta através dos jardins do barroco francês e do renascimento italiano.

 

Doença que muitas vezes ataca o buxo: O fungo Puccinia buxi forma inicialmente pequenos pontos alaranjados e de contorno irregular sobre as folhas. Na sequência do desenvolvimento surgem pústulas castanhas escuras e purulentas Os esporos passam o Inverno neste estádio e podem infetar as folhas formadas na Primavera. As folhas perdem a cor e as manchas ficam mais escuras. Quando o ataque é muito agressivo, pode ocorrer queda da folhagem. O tratamento pode ser feito através da aplicação de fungicidas.