É certo e sabido que um jardim é uma entidade viva e que está em permanente mudança.
Texto e Fotografia: Luisa Mendes e Vasco de Melo Gonçalves
O espaço privado que aqui apresento e que dista apenas 1,5km da cidade de Lamego tem como grande motivo a vista privilegiada que abarca a bonita Serra das Meadas. A própria orientação solar da casa foi de alguma forma sacrificada em prol da excelente vista. Esta opção implicou alguns investimentos extra, nomeadamente no revestimento das paredes da casa e no aquecimento, para que seja possível viver os Invernos rigorosos em conforto.
Este espaço com casa de habitação permanente nasce há já 25 anos e tem vindo a ser renovado ao longo dos anos. O relvado já teve duas plantações e a opção agora encontrada de Axonopus compressus – gramínea conhecida por grama São Carlos foi a aposta mais correta. Não esquecer que os Verões são quentes e os Invernos muito frios e este tipo de relva é extremamente resistente sendo a sua manutenção mais fácil. Forma um tapete denso mas sem ser demasiado mole e alto, suporta muito bem o pisoteio e até mesmo o tráfego pesado. É pouco exigente em adubações e tem grande capacidade de rejuvenescimento. Ideal para quem quer ter um relvado bonito, sem grandes exigências de manutenção. O jardim conta também com o sistema de rega automática.
A casa que se encontra no nível mais elevado tem na sua frente o relvado em declive até ao patamar inferior alguns metros mais abaixo. No corredor com calçada e que vai até à garagem encontrámos em flor as belíssimas albizias ombrellas, alguns ciprestes, agapantos, hibiscos e uma cerejeira resistente e muito profícua. As árvores estão perfeitamente integradas e os ciprestes a darem o seu ar de paisagem Toscana ajudados pela cor ocre que reveste os muros de acesso ao jardim. Os ciprestes são aliás uma preferência do casal que aqui habita e com a vantagem das raízes crescerem em profundidade.
Árvores com uma componente ornamental são importantes neste espaço, com uma área de cerca de 1200 m², mas este casal, um empresário e uma professora, também privilegiou a componente frutífera. As macieiras, o damasqueiro, a pereira, o limoeiro, a jovem romãzeira e a gigante nogueira no recanto das bétulas, todas são muito generosas e a fruta que produzem é de grande qualidade.
Num espaço relativamente pequeno vários recantos foram criados:
O Terraço das Glicínias à espera do fim de semana certo, quando vierem filhos e netos de férias, para a colocação do spa.
A Varanda das Hortenses, local junto à casa com a sombra/luz ideal para estas plantas.
O Cantinho das Bétulas com a nogueira adulta carregada (visitámos o espaço no início do Verão) e o bambu como pano de fundo.
A Pérgula numa zona mais plana com o seu deck cerâmico (opção certa em detrimento da madeira) e zona de estar, é onde os netos brincam. Esta zona fica muita próxima do anexo integrado no jardim e que pode funcionar como jardim de Inverno ou espaço para hóspedes.
O espaço de refeições onde não falta o churrasco, o forno e ainda o churrasco portátil quando se prepara uma refeição para um grupo mais restrito.
Viver no exterior é também uma preferência deste casal e tornar este espaço atrativo, útil e o mais prático possível foi o o objetivo aos longo dos anos.
No seguimento da zona de refeições e nas traseiras da casa junto à entrada para a cozinha encontramos o canteiro das aromáticas com grande produção de hortelã e tomilho, espaço das suculentas e a pequena horta de frutos vermelhos. As framboesas, os morangos e as groselhas estavam em grande produção aquando da nossa visita.
Enfim um mundo em 1200m² para se inspirar e tirar algumas ideias para o seu jardim, terraço ou varanda.
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