As plantas do género Sarracenia – e a família Sarraceniaceae – foram nomeadas em honra do físico canadiano, Dr. Michel Sarrazin, que, no início do século XVIII, obteve vinte e cinco espécies de Sarracenia, incluindo a Sarracenia purpurea, e enviou-as para o botânico francês, Joseph Pitton de Tournefort, para uma correta classificação. Como forma de gratidão, este botânico nomeou o género Sarracenia em honra ao Dr. Sarrazin.
Este grupo de plantas é endémico dos Estados Unidos e Canadá e são das plantas carnívoras mais fáceis de manter em cultivo. As Sarracenia são das plantas que melhor se adaptam ao nosso clima.
Mantidas no exterior tanto resistem a sol intenso como a chuva e geadas, de Norte a Sul do país podem ser cultivadas mesmo em zonas onde se registam temperaturas bastante baixas. Existe sempre a possibilidade de cultivo no interior de casa ou estufa, tal como em zonas de clima mais ameno, no entanto é fundamental não esquecer que temperaturas acima dos 15ºC por tempos prolongados irão interromper a dormência da planta e consequentemente provocar o seu enfraquecimento.
Durante o Inverno, estas plantas podem produzir folhas características não carnívoras que se designam por phyllodias. No final do Inverno, antes da planta retomar o seu crescimento é a melhor altura para proceder ao transplante de vaso e/ou fazer divisões de rizoma. Quando acordam da dormência, no início da primavera, é comum começarem por dar flor e só depois desenvolvem totalmente as novas folhas para que os insectos polinizadores não se tornem vítimas da própria planta antes de terem a oportunidade de contribuir para a polinização da flor.
Os cuidados básicos para as mesmas não diferem muito de outra planta carnívora já aqui apresentada neste site, a Dionaea muscipula. Deve ser mantida num vaso que tenha um diâmetro um pouco maior do que o diâmetro da planta e com uma certa altura também, no Verão que é a época em que atinge o seu comprimento máximo, o método de rega mais adequado é o método do prato com água por baixo do vaso que deve ser reabastecida sem nunca deixar o prato ficar sem água porque a sua falta é crítica.
Um solo que funciona bem é uma mistura de turfa com perlite em proporções iguais sendo que para substituição da perlite também se pode usar areia de sílica, ou então ainda uma combinação dos três componentes anteriores. A Sarracenia gosta de muita luz adquirindo a sua coloração mais atraente se estiver exposta ao sol direto.
Em relação à sua reprodução, a mesma pode ser atingida sexuadamente ou assexuadamente. No caso da reprodução sexuada, as flores devem ser polinizadas, caso contrário não produzem sementes. Geralmente, quando auto-polinizadas, produzem poucas ou nenhuma semente, mas a polinização cruzada resulta num grande número de sementes viáveis. Após a polinização e fertilização, o fruto demora entre 3 a 5 meses para amadurecer e libertar as sementes. No caso da reprodução sexuada, estas plantas com o tempo produzem rizomas laterais que são possíveis de separar da planta-mãe após algum tempo de desenvolvimento dos mesmos.
Texto: Luís Rafael (Werds Carnívoras) / Fotografias: Nelson Gaspar
A Associação Portuguesa de Plantas Carnívoras foi criada como resultado do atemporal projecto de alguns cultivadores destes espécimes. Nasceu da necessidade incontestável de proteger as Plantas Carnívoras em Portugal e representa o desejo de consciencialização para as questões ambientais.
Como associação compromete-se também a prestar ajuda a todos os que se interessam por estas encantadoras plantas sendo um dos objectivos principais promover o gosto pelo cultivo de Plantas Carnívoras.
Um banco de sementes, um herbário dedicado a plantas carnívoras, um registo de localizações de populações das espécies autóctones e uma publicação periódica são alguns dos projectos da APPC e que visam estabelecer uma ligação entre a APPC, os seus sócios e as Plantas Carnívoras. Website APPC