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Plantas carnívoras: Sarracenia

As plantas do género Sarracenia – e a família Sarraceniaceae – foram nomeadas em honra do físico canadiano, Dr. Michel Sarrazin, que, no início do século XVIII, obteve vinte e cinco espécies de Sarracenia, incluindo a Sarracenia purpurea, e enviou-as para o botânico francês, Joseph Pitton de Tournefort, para uma correta classificação. Como forma de gratidão, este botânico nomeou o género Sarracenia em honra ao Dr. Sarrazin.

O género Sarracenia foi o primeiro grupo de “plantas-jarro” a ser descoberto por naturalistas europeus, e também o primeiro grupo a ser cultivado por horticultores na Europa. As maiores espécies deste género, produzem as maiores armadilhas, por tamanho, em geral, de todas as plantas carnívoras.
Este grupo de plantas é endémico dos Estados Unidos e Canadá e são das plantas carnívoras mais fáceis de manter em cultivo. As Sarracenia são das plantas que melhor se adaptam ao nosso clima.
Mantidas no exterior tanto resistem a sol intenso como a chuva e geadas, de Norte a Sul do país podem ser cultivadas mesmo em zonas onde se registam temperaturas bastante baixas. Existe sempre a possibilidade de cultivo no interior de casa ou estufa, tal como em zonas de clima mais ameno, no entanto é fundamental não esquecer que temperaturas acima dos 15ºC por tempos prolongados irão interromper a dormência da planta e consequentemente provocar o seu enfraquecimento.
Durante o Inverno, estas plantas podem produzir folhas características não carnívoras que se designam por phyllodias. No final do Inverno, antes da planta retomar o seu crescimento é a melhor altura para proceder ao transplante de vaso e/ou fazer divisões de rizoma. Quando acordam da dormência, no início da primavera, é comum começarem por dar flor e só depois desenvolvem totalmente as novas folhas para que os insectos polinizadores não se tornem vítimas da própria planta antes de terem a oportunidade de contribuir para a polinização da flor.

Os seus longos tubos têm capacidade de armazenar uma boa quantidade de presas, às vezes a tal ponto que a própria folha dobra devido ao peso. Os insectos são atraídos pelas apelativas gotas de néctar à entrada do tubo, néctar esse que contém anestésicos e toxinas e tem nos insectos um efeito embriagante. Perante tal vulnerabilidade dos insectos a larga boca e os tubos escorregadios tornam-se uma armadilha bastante eficaz para a sua captura. Os insectos sem conseguirem subir pelo tubo acima e mesmo que tenham asas sem espaço suficiente para voar, acabam por morrer de exaustão de tanto se debaterem para tentar sair. Por fim, na parte inferior do tubo são segregadas enzimas digestivas que dissolvem as “partes moles” das presas, permitindo a absorção dos nutrientes por parte da planta.
Os cuidados básicos para as mesmas não diferem muito de outra planta carnívora já aqui apresentada neste site, a Dionaea muscipula. Deve ser mantida num vaso que tenha um diâmetro um pouco maior do que o diâmetro da planta e com uma certa altura também, no Verão que é a época em que atinge o seu comprimento máximo, o método de rega mais adequado é o método do prato com água por baixo do vaso que deve ser reabastecida sem nunca deixar o prato ficar sem água porque a sua falta é crítica.
Um solo que funciona bem é uma mistura de turfa com perlite em proporções iguais sendo que para substituição da perlite também se pode usar areia de sílica, ou então ainda uma combinação dos três componentes anteriores. A Sarracenia gosta de muita luz adquirindo a sua coloração mais atraente se estiver exposta ao sol direto.
Em relação à sua reprodução, a mesma pode ser atingida sexuadamente ou assexuadamente. No caso da reprodução sexuada, as flores devem ser polinizadas, caso contrário não produzem sementes. Geralmente, quando auto-polinizadas, produzem poucas ou nenhuma semente, mas a polinização cruzada resulta num grande número de sementes viáveis. Após a polinização e fertilização, o fruto demora entre 3 a 5 meses para amadurecer e libertar as sementes. No caso da reprodução sexuada, estas plantas com o tempo produzem rizomas laterais que são possíveis de separar da planta-mãe após algum tempo de desenvolvimento dos mesmos.

Texto: Luís Rafael (Werds Carnívoras) / Fotografias: Nelson Gaspar

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