O Cephalotus follicularis é um género monotípico, significa isto que é a única espécie (follicularis) dentro do género (Cephalotus). O Cephalotus foi descoberto e registado pela primeira vez em 1792 por uma expedição francesa ao sul da Austrália liderada por Bruni d’Entrecasteaux. O mais provável é que o botânico Archibald Menzies tenha sido o primeiro botânico europeu a ter a sorte de encontrar esta maravilhosa planta com um aspecto muito peculiar. A palavra Cephalotus vem do grego “kephalotos” que significa “cabeça”, referindo-se ao formato das armadilhas. Folliculus em latim significa “um pequeno saco ou bolsa”, que descreve assim o formato dos “jarros” carnívoros.
A população selvagem desta planta tem sido reduzida cada vez mais devido á destruição do habitat natural, tendo sido classificada por isso como espécie vulnerável pela International Union for Conservation of Nature (IUCN).
Não é das plantas mais fáceis de cultivar, mas com um pouco de cuidado e estudo das condições ideais, pode se dar bem numa ampla gama de condições. Tolera temperaturas que variam dos 2 ° C a 40 ° C no verão. No entanto, o seu crescimento será melhor com temperaturas mais moderadas entre os 5 ° C e 32 ° C. Sendo nativos de áreas costeiras apreciam noites mais frias e longos períodos de calor sem uma queda de temperatura abaixo de 21 °C podem enfraquecer a planta.
Como a maioria das plantas carnívoras, o Cephalotus é sensível a uma concentração elevada de minerais na água. Qualquer água com valores iguais ou superiores a 50 ppm não é adequada para rega, por isso é melhor utilizar água sem minerais sempre que possível. Água destilada, água da chuva ou água de osmose inversa serve perfeitamente. O excesso de água é a razão número um pela qual o Cephalotus em cultivo perece. Certifique-se de manter o solo húmido, mas nunca encharcado. Os Cephalotus nunca devem ser deixados parados na água se estiverem em vasos pequenos e, mesmo se estiverem em vasos altos, é melhor regá-los para humedecer o solo e depois removê-los da água parada. Também há quem recomende regar por baixo apenas através de um prato por baixo do vaso porque a rega feita por cima da planta pode levar ao apodrecimento do centro da planta.
Dá-se bem em várias condições de luminosidade, desde sombra a pleno sol. Quanto mais sol a planta recebe, mais avermelhada e mais saudável a planta será. Os “jarros” também tendem a ser menores em pleno sol. Na sombra a sol parcial, os “jarros” ficam verdes e maiores.
Eu cultivo as minhas plantas na mesma mistura à base de turfa que uso para outras plantas de clima semelhante – 5 partes de turfa, 3 partes de areia de sílica e 2 partes de perlite (5:3:2). Qualquer que seja o rácio dos componentes do substrato, certifique-se de que tem boa drenagem e o solo é pobre em nutrientes e de pH ácido.
A propagação destas plantas pode ser feita como tantas outras, por sementes, divisão de rizomas, por leaf-pulling e por raízes.
Texto: Luís Rodrigues, APPC
Fotos: Luís Rodrigues e Nelson Gaspar, APPC
A Associação Portuguesa de Plantas Carnívoras foi criada como resultado do atemporal projecto de alguns cultivadores destes espécimes. Nasceu da necessidade incontestável de proteger as Plantas Carnívoras em Portugal e representa o desejo de consciencialização para as questões ambientais.
Como associação compromete-se também a prestar ajuda a todos os que se interessam por estas encantadoras plantas sendo um dos objectivos principais promover o gosto pelo cultivo de Plantas Carnívoras.
Um banco de sementes, um herbário dedicado a plantas carnívoras, um registo de localizações de populações das espécies autóctones e uma publicação periódica são alguns dos projectos da APPC e que visam estabelecer uma ligação entre a APPC, os seus sócios e as Plantas Carnívoras. Website APPC