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O Limoeiro

O limoeiro (Citrus x limon L.) é uma árvore de folha persistente que é originária da Asia. Desde há séculos que é cultivada e utilizada, principalmente para aproveitamento dos seus frutos e nomeadamente pelas maravilhosas propriedades do sumo que os seus frutos possuem. No entanto, também a casca e as próprias folhas são muito utilizadas na preparação de bebidas e tisanas. É dos frutos com maior quantidade de vitamina C (açido ascorbico), mas possui também vitamina A, B1, B2 e B3, é rico em ferro, magnésio, fósforo e potássio. Tem também uma rica concentração de açido citrico que lhe dá o seu gosto extremamente forte. O pH chega a estar compreendido entre 2 e 3.

As utilizações a que este fruto se presta são inúmeras, desde receitas de culinária, a bolos, sumos, refrigerantes, sorvetes, medicamentos, produtos de limpeza, perfumaria e cosmética entre outros. O interesse comercial surgiu mais intensamente quando se descobriu que o limão continha grandes quantidades de Vitamina C e se conservava durante muito tempo, tendo então sido utilizado pela marinha de diversos países no combate ao escorbuto, durante as longas viagens.

Os limoeiros são árvores relativamente pequenas, o que os torna particularmente apetecíveis em jardins de pequena dimensão. Aliás, até há bem pouco tempo, em quase todos os jardins existia um limoeiro, sinal de bom agoiro. Posso dizer-vos que aqui há uns anos atrás (talvez 2), fui solicitado para fazer um pequeno jardim, apenas com uma zona de relva e uma árvore (Limoeiro), quando perguntei o porquê, o cliente respondeu: “porque em casa dos meus pais sempre existiu um limoeiro e quero que essa tradição se mantenha”. Se formos visitar jardins mais antigos encontramos quase sempre um exemplar, mais ou menos cuidado, de limoeiro. É portanto uma árvore importante e emblemática no jardim português (mediterrâneo).

Em relação aos cuidados a ter, o limoeiro não é muito exigente. Deve deixar-se crescer livremente sem grandes podas, eventualmente fazendo algumas correcções em ramos que estejam cruzados, doentes e/ou debilitados, de resto é deixar que ele cresça e se desenvolva.

No entanto o limoeiro cria nas pessoas atitudes diferentes e caricatas que se prendem com a sua produção. O que acontece e é muito comum, é as pessoas ligarem a perguntar: “O limoeiro do meu vizinho está cheio de limões e o meu nem um único tem, será que ele nunca virá a dar fruto, não é melhor cortar este e colocar outro?”

Mesmo em árvores com a mesma idade é comum isso acontecer e claro que as pessoas perguntam mas porquê, porquê a mim…..

Na realidade quando compramos um limoeiro, ele até poderá vir já com alguns limões e no entanto quando o plantamos em nossa casa ele deixa de dar limões.

Causas: é simples, quando plantamos um limoeiro, existe um periodo de adaptação ao novo solo, é necessário que ele enraíze bem para começar a crescer. Uma vez que o terreno de onde proveio o limoeiro é diferente do novo local, o tempo desta nova adaptação depende muito de caso para caso e pode levar um ano ou mais. De qualquer maneira o limoeiro após este periodo de adaptação pode ser teimoso e continuar a não dar frutos, é perfeitamente normal, não desespere. O limoeiro pode ser mesmo bem teimoso. A solução ou truque é fácil. Quando temos alguém teimoso, o que fazemos:

– Ou deixamos andar

– Ou debatemo-nos com ele

Se optar pela primeira solução o seu limoeiro não virá a dar limões nos tempos mais próximos. Se por outro lado decidir enfrenta-lo então eis o que tem a fazer:

Coloque qualquer tipo de peso sobre as suas costas (ramos), pode utilizar pedras, tijolos, ou qualquer outra coisa que o obrigue a vergar. Poderá pendurar nos seus ramos pedras para que fiquem dobrados, mas sem partir. Poderá também dar-lhe uma “coça”, “tareia” recorrendo a um pau ou uma corda (chicote). Procedimento: Pegue no pau e começe a bater no seu limoeiro mas apenas no tronco principal, ele vai ficar com algumas feridas, eventualmente vai até chorar, mas não se preocupe pois no final da tareia ele vai perceber que você é mais teimoso do que ele e passado algum tempo ele irá começar a frutificar.

Atenção deve-se bater e ferir ligeiramente sem nunca chegar ao ponto de o partir, aí sim teríamos de o substituir.

Explicação: O facto prende-se com a circulação das seivas, que são a maneira de a planta se alimentar. Ao darmos uma tareia no tronco vamos provocar um stress na planta e vamos provocar e activar uma maior e mais rápida circulação das seivas, tanto bruta (ascendente), como elaborada (descendente). Isso vai fazer com que a árvore “pense” que pode estar em risco e então, automaticamente entre na fase de produção para garantir a eventual propagação da sua existência criando descendentes (sementes).

Espero ter contribuido para o esclarecimento de algumas dúvidas que por vezes surgem, nos nossos leitores.

Nota: Alguns factos poderão estar ligeiramente fantasiados.