A capital da Turquia dá as boas-vindas à primavera com estas joias da natureza, símbolo da localidade e de todo o país, e que dão cor a lugares como a praça de Sultanahmet, Emirgan Grove, ou o parque Gülhane ou Yildiz Grove.
O símbolo da tulipa destaca-se na arte e cultura turcas
As tulipas foram trazidas para a Anatólia pelos turcos das montanhas Pamir da Ásia Central, lugar original da tulipa, e figuram entre os símbolos mais importantes da cultura turca. Esta planta bulbosa e herbácea é utilizada como motivo ornamental no artesanato desde o século XII e esteve na moda na época otomana com motivo de poemas, éditos, contos e pinturas em miniatura. Decoravam mesquitas, lápides e palácios, bem como tapetes e capachos, em
cafetões e cofres de dote e, inclusivamente, em moedas, capacetes de batalha e peças fundidas de canhões.
As tulipas, essencialmente flores silvestres, foram cultivadas durante o século XVI em Istanbul, a capital do Império Otomano, e plantadas por toda a cidade como flores de jardim. Esta paixão aumentou e estendeu-se durante o reinado de Solimão o Magnífico, o que levou ao desenvolvimento de diferentes variedades e cultivares da planta. Especialmente o de Istanbul, identificado com a cidade e símbolo da mesma, surgiu neste período. Durante o reinado do sultão Ahmet III, este emblema alcançou tal prominência, com quase duas mil variedades, que deu nome a uma era: a Era da Tulipa (Lale Devri) em princípios do século XVIII.
À medida que se cultivavam mais variedades de tulipas, estas e as suas cores adquiriam diferentes significados. As tulipas roxas simbolizavam o amor, ao passo que as brancas representavam a pureza e a inocência. As flores púrpuras denotavam «nobreza e romance» e as amarelas assinalavam «alegria» e «amor sem esperança». A insólita tulipa negra significava «inalcançável e raridade», ao passo que a tulipa raiada queria dizer: «tens uns olhos bonitos».
Esta formosa flor, que ocupa um lugar tão importante na cultura turca, foi levada primeiro para Viena (Áustria) e depois para os Países Baixos na segunda metade do século XV, introduzindo-se assim na Europa. Rapidamente alcançaram grande popularidade nos Países Baixos e chegaram a Otava, a capital de Canadá, ganhando fama mundial.
Ainda hoje são cultivadas na Anatólia inúmeras variedades desta planta. Entre as mais chamativas está a «tulipa invertida», também conhecida como «noiva chorona». Há 167 espécies de tulipas invertidas em todo o mundo. Entre elas, 43 espécies, 20 das quais são endémicas, podem ser vistas na Turquia.
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