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O Sabugueiro

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[i]Fotos: Fernanda Botelho[/i]

A utilização do sabugueiro ([i]sambucus nigra[/i]) para fins medicinais, culinários e cosméticos era já conhecida dos povos pré-históricos e muito popular entre os gregos e os romanos.
O sabugueiro é uma árvore com propriedades reconhecidamente medicinais, podendo utilizar-se tanto as flores frescas como secas (mais saborosas quando secas), as bagas e até mesmo as folhas, sendo estas as menos utilizadas.

[url=https://www.portaldojardim.com/artigos/plantas_saberes/sabugueiro030707/01.jpg][img]https://www.portaldojardim.com/artigos/plantas_saberes/sabugueiro030707/thumbs/01.jpg[/img][/url]
 

[b]As flores[/b] são anti-inflamatórias e diaforéticas, muito úteis em infusões para reduzir a febre, promovendo a sudação, aliviando a tosse e várias afeções do tórax. Ao estimularem a excreção de urina, ajudam assim a eliminar toxinas do organismo, sendo portanto úteis em casos de arterite, reumático e gota, são também muito eficazes em casos de sinusite aguda, muito utilizada em conjunto com outras plantas no combate a gripes e constipações – junta-se por exemplo ao milfólio e à hortelã pimenta em partes iguais para obter um excelente chá de Inverno. As flores do sabugueiro são ricas em óleos essenciais que contêm ácido lanoleico e do nariz e mucilagem, esteróides, flavonóides, rutina, açúcar e pectina; protegem as mucosas da garganta, aumentando assim a resistência às infecções, ajudando mesmo em casos de dores de ouvidos associadas a constipações. Os bioflavonóides ajudam a melhorar a circulação.
A infusão das flores em vinagre, pode ser utilizada em gargarejos contra dores de garganta e amigdalites.
Externamente, a infusão das flores pode ser utilizada em compresas para tratar conjuntivites e aftas. As flores são ainda utilizadas na conservação das maçãs, quando colocadas em camadas alternadas com as maçãs e fechadas numa caixa de cartão.
As flores fritas que já mencionei são um verdadeiro acepipe, estas podem ainda juntar-se a receitas várias de gelados e doces e até mesmo arroz-doce, quando aquecidas juntas com o leite e depois coadas (não convém deixar ferver). Existe um sem número de receitas que se podem fazer com estas flores fantásticas, mas infelizmente não cabem nos limites desta página.

Em relação às [b]bagas ou frutos[/b] que surgem logo após a floração e são de um roxo escuro, quase preto: contêm açucar, ácidos de fruta, vitaminas A e C e bioflavonóides. As suas propriedades, são ligeiramente laxantes, mas também anti- diarreica, faz-se com elas um xarope ou concentrado que ajuda a combater tosses e constipações e constituem uma saborosa bebida, rica em vitaminas. É importante ter em conta que as bagas cruas, especialmente se não estiverm bem maduras podem causar náuseas e ser um pouco indigestas, o mais seguro é mesmo cozinhá-las, em deliciosas tartes ou compotas da mesma forma que usaria a amora, framboesa, mirtilo, etc.; pode mesmo misturá-las na confecção de doces e geleias.

[b]Na culinária[/b] como vê, existem inúmeras receitas com as flores e as bagas do sabugueiro, uma das mais cumuns, é um xarope confecionado com as flores frescas, de preferência colhidas num dia de sol. Podem colher-se de árvores diferentes para que os sabores se misturem, os mais doces com os menos doces; em seguida separe bem todas as flores dos respectivos pedúnculos verdes, junte 1 Kg de açucar para cada trinta flores, dois litros de água previamente fervida, duas laranjas às fatias com casca, um limão também às fatias e com casca e 50g de ácido tartárico. Misture o açúcar com o ácido tartárico, junte a água e verta por cima das flores, junte o limão e a laranja, tape com um pano e vá mexendo sempre que por ali passar, durante 24 horas; coar e guardar no frigorífico. Obterá assim um concentrado que quando diluído em água constituirá uma deliciosa e refrescante bebida para os dias quentes de Verão. Existe também champanhe e vinho de flores de sabugueiro que poderá encontrar à venda nalguns pubs ingleses.

[color=ff0000][b]Aviso:[/b][/color] não confundir o sabugueiro ([i]sambucus nigra[/i]), com o ébulo ([i]sambucus ébulus[/i]) muito semelhante mas que não passa de uma planta herbácia alta, muito utilizada na tinturaria. As bagas desta planta são bastante tóxicas quando ingeridas.

[b]Na tinturaria[/b], também o sabugueiro ([i]sambucus nigra[/i]) é ainda hoje bastante utilizado, obtendo-se com as bagas uma cor violeta e com as folhas um verde amarelado.

[url=https://www.portaldojardim.com/artigos/plantas_saberes/sabugueiro030707/02.jpg][img]https://www.portaldojardim.com/artigos/plantas_saberes/sabugueiro030707/thumbs/02.jpg[/img][/url]
 

[b]Na cosmética[/b], as flores do sabugueiro, são muito utilizadas no fabrico de sabonetes, cremes e loções para peles sensíveis, sendo a água de flores de sabugueiro um apreciado after-shave.
A utilização do sabugueiro para fins medicinais, culinários e cosméticos, era já conhecida dos povos pré-históricos. Se ainda não reparou nestas árvores, preste atenção; elas crescem à beira dos caminhos e estradas, em bosques sombrios, ou à beira de algum ribeiro, são árvores lindas e em latim chamam-se [i]sambucus nigra[/i] e em inglês [i]elder tree[/i].
Na Europa é cumum encontrá-las perto dos povoados, pois antigamente acreditavam que o sabugueiro atraía os espíritos do bem e eram por isso aí plantadas. Diz-se que nas noites quentes de Verão, estas são as árvores favoritas das fadas. Será talvez devido à grande luminusidade das suas flores.
A partir do mês de Março começam a desabrochar grandes inflorescências umbelíferas, e toda a árvore se vai enchendo destas flores cor de pérola, exalando um perfume leve e doce.
Um sabugueiro de grande porte, pode chegar a atingir dez metros de altura e é uma das árvores mais associadas ao folclore e à magia, existindo acerca dela várias lendas e supertições.
A sua madeira é muito oca e quebradiça e portanto fácil de talhar, era muito usada no fabrico de caixões e cruzes para decorar sepulturas, mas jamais era utilizado no fabrico de berços, em muitas aldeias é comum as crianças fazerem apitos de sabugueiro.
No Norte da Europa está associado à deusa Holda que é a deusa da morte e da fertilidade e à sua volta se praticam vários rituais de origem pagã.