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Landart Cascais 2016 na Quinta do Pisão entre 28 de maio e 10 de julho

Expor obras desenvolvidas a partir de materiais orgânicos provenientes da paisagem, com o intuito de promover a interação entre o homem e a natureza, é o desafio proposto aos artistas Bruno Cidra, Edgar Massul e Mariana Dias Coutinho, para a exposição Landart Cascais 2016, organizada pela Fundação D. Luís I, Câmara Municipal de Cascais e Cascais Ambiente, no âmbito da programação do Bairro dos Museus.

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A decorrer na Quinta do Pisão, entre 28 de maio e 10 de julho, a Landart Cascais 2016 fomenta o gosto pela arte com intervenções que destacam as dimensões estéticas, culturais, ambientais e patrimoniais da paisagem, recorrendo à própria natureza como elemento presente no processo de conceção artística.

 

As obras de arte site-specific permanecem na Quinta do Pisão durante o período da exposição, suportando as condições climatéricas do local e tendo em atenção a proximidade com os animais que habitam o espaço, assim como a estrutura polissémica dos habitats que ali convergem. É a pensar na harmonia entre os diferentes aspetos do património natural da Quinta do Pisão e o processo criativo e humano de conceção de obras de artes, que a Landart se afirma como uma exposição sempre inovadora na contínua partilha de diferentes nomes do panorama artístico nacional.

 

Os artistas escolhidos para a edição de 2016 representam, como já tem sido prática da Landart, diferentes gerações e diferentes modos de abordar o conceito de paisagem. Sugerindo ruinas, restos de presenças arquitectónicas e estruturas esquecidas no meio da vegetação, Bruno Cidra expõe um conjunto de esculturas em materiais tão distintos como ferro, bronze e papel. As esculturas encontram-se dispostas ao longo da estrada da porta norte da Quinta e o espectador será convidado a descobrir esse percurso de obras que se camuflam entre a vegetação e que suscitam a ideia de percepção e de leitura da paisagem circundante, habitada tanto por formas pré-históricas como por formas actuais.

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Edgar Massul, por seu lado, partiu de uma interrogação célebre que o artista da Arte Povera italiana Mario Merz colocou ao mundo da arte em 1968 através de uma obra específica. “Che Fare?” é hoje uma pergunta que mantém toda a sua pertinência, e as peças que completam a sua intervenção na zona do Refilão, feitas com material reciclável, provocam a reflexão sobre a utilidade da arte num mundo contemporâneo em que novas fronteiras se elevam, entre contextos históricos e políticos em permanente reformulação.

 

Mariana Dias Coutinho, por sua vez, trabalhou num dos antigos fornos de cal, realizando uma instalação com uma série de pequenas figuras em cerâmica e pedra que convocam o mito de Prometeu, o titã que roubou o fogo aos deuses para o dar aos homens.

 

A Quinta do Pisão tem 450 hectares de área totalmente inserida no Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC) e situa-se a Norte do Concelho, no sopé da Serra de Sintra. Tem sido um dos espaços de excelência da Landart Cascais, ao longo das suas edições, pela própria importância do local enquanto património natural e cultural. A Quinta é exemplo de uma paisagem estruturada onde se desenvolvem nichos ecológicos e habitam várias espécies com estatuto de conservação. Tendo uma utilização racional e sustentável, o território é por si só um bastião do encontro entre a natureza e a mão humana, contendo ruínas de grande valor cultural e arquitectónico, ao mesmo tempo que disfruta de uma dedicada atividade agro-silvo-pastoril.

 

A exposição é comissariada pela Professora Doutora Luísa Soares de Oliveira e promovida pela Câmara Municipal de Cascais e pela Fundação D. Luís I que desde 2009 tem organizado a Landart Cascais com o intuito de suscitar a reflexão sobre a pertinência da inclusão de obras de arte no contexto de um parque natural. Um número seleccionado e reduzido de artistas contemporâneos tem vindo a apresentar obras site specific, realizadas propositadamente para este evento. A partir da edição e 2016, essas obras encontrarão o seu lugar permanente na Quinta do Pisão até que, pela acção do meio e dos elementos, esgotem naturalmente o seu ciclo de vida próprio.

 

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