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Os meus Jardins: O renovado Jardim Botânico Tropical

O Jardim Botânico Tropical é o meu jardim de infância e, uma visita obrigatória, praticamente todos os domingos. O que mais gostava era a sua diversidade ao nível da flora, o imponente palacete, a galeria de palmeiras que, no meu imaginário, me faziam lembrar grande patas de elefantes, a estatuária e o “mágico” jardim de Macau…
Ao longo dos anos fui sempre acompanhando o jardim e, também, a sua degradação. No passado dia dia 25 de janeiro de 2020, este espaço verde emblemático da cidade de Lisboa, foi reaberto ao público após um ano de intervenções profundas que visam a sua recuperação. O trabalho não está completo mas, a dignidade do Jardim Botânico Tropical está de volta!
Luís Paulo Faria Ribeiro, arquiteto paisagista, foi o responsável pela intervenção e referiu que “…É importante começar por dizer que o Jardim Botânico Tropical é único no contexto dos jardins de Lisboa e até do país pela quantidade de informação e pela evolução histórica que tem. Os jardins têm de ser vistos sempre como entidades vivas e dinâmicas, que estão sempre a transformar-se – reagem à pressão do público e da utilização…

Texto: V.M.G. e Universidade de Lisboa / Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

A estatuária é um elemento sempre presente
Jardim dos Catos
O Palácio dos Condes da Calheta foi mandado construir pelo 4.º Conde da Calheta em meados do século XVII.

O Jardim Botânico Tropical (JBT) pertence à Universidade de Lisboa desde 2015, resultando da integração do Instituto de Investigação Científuca Tropical. Na Universidade, encontra-se em gestão conjunta com o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC).

Entrada do Jardim de Macau

Um pouco de história
Situado em Belém, foi criado em 1906 no contexto da organização dos serviços agrícolas coloniais e do Ensino Agronómico Colonial no Instituto de Agronomia e de Veterinária, tendo-se denominado, à data, Jardim Colonial. Em 1944, o Jardim Colonial fundiu-se com o Museu Agrícola Colonial para formar o Jardim e Museu Agrícola Colonial, deixando de estar sob a dependência pedagógica do Instituto Superior de Agronomia.
A sua designação foi-se alterando ao longo dos anos, assim como o organismo de tutela. Hoje, unidade funcional do IICT, integrado na ULISBOA, o Jardim Botânico Tropical, que ocupa uma área de c. 7 hectares, é um serviço aberto ao público e aos investigadores. Contém c. 500 espécies perenes, a maioria de origem tropical ou subtropical; no entanto, dado o caráter não só de investigação, mas também didático e de lazer do Jardim, existem algumas originárias de regiões temperadas.
Em Janeiro de 2019, iniciou-se o plano de reabilitação total deste espaço abrangendo não apenas os equipamentos existentes, mas também a criação de novos elementos e funcionalidades.
A merecer destaque, refira-se a importante coleção de plantas com interesse económico, nomeadamente fruteiras, especiarias e plantas produtoras de fibras, e a notável coleção de Cicadáceas. O JBT está incluído no Conjunto Intramuros do Palácio Nacional de Belém, classificado como Monumento Nacional, e integra um património artístico-cultural notável que, para além do Palácio dos Condes da Calheta, compreende vários edifícios e estatuária construídos para a Exposição do Mundo Português em 1940.
Em Janeiro de 2020 iniciou-se a intervenção nos edifícios históricos com a recuperação do Restaurante Colonial/Casa de Chá, da Estufa Principal, do Palácio dos Condes da Calheta e das instalações para apoio às atividades dos jardineiros. Ainda está previsto para 2020 o início da construção de um edifício de raiz que tem como objetivo ampliar a visibilidade e atratividade do Jardim, reunindo as Reservas de Espécimes Biológicos conservados em meio líquido, que se encontram armazenadas em diferentes locais e instituições. Fonte: Universidade de Lisboa

O lago principal

Cronologia das intervenções já efetuadas
A intervenção a nível da arquitetura paisagista foi pensada para incluir todos os elementos já existentes, bem como a modelação do terreno, drenagem, repavimentação, reparação de muros, restabelecimento dos circuitos de água, atualização da sinalética, modernização da rede de rega, trabalhos de preparação do terreno e replaneamento de plantações e sementeiras; criaram-se, igualmente, negativos para a instalação de infraestruturas elétricas e de telecomunicações.
No lago principal, procedeu-se à recuperação dos materiais do leito e impermeabilização do Lago e dos restantes canais e tanques do JBT, bem como a reparação e reformulação dos sistemas de circulação de água, com o intuito de minimizar o seu consumo; realizou-se, ainda uma instalação de grupo, de bombagem e de filtragem para a circulação de água, bombeando-a para o Tanque do Palácio dos Condes da Calheta. Desta forma, a água dos restantes lagos, canais e cascatas circula apenas por gravidade, minimizando o consumo de energia.
No recuperação do Jardim do Catos existiram intervenções ao nível do pavimento, dos sistemas de rega e do plano de iluminação; o muro adjacente foi reforçado e foram feitas novas plantações. As estufas e os abrigos serão também restaurados.

A estufa ainda está por recuperar

Jardim Botânico Tropical

Largo dos Jerónimos 1400-209 Lisboa / Portugal

Horário: 10.00 às 17.00

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