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Jardim Botânico do Porto

História

A propriedade onde hoje se encontra o Jardim Botânico do Porto fazia parte, no séc. XVIII, da Quinta Grande, pertença da Ordem de Cristo. Em 1759, a quinta é adquirida pelo médico francês Jean Pierre Salabert, que a transformará numa das mais importantes unidades produtivas dos subúrbios portuenses. Será confiscada pelo mesmo Estado que lha vendera para se ressarcir dos prejuízos causados em Portugal pelas tropas napoleónicas.

A quinta passa posteriormente de mão em mão até que, em 1875, o brasileiro João da Silva Monteiro, “grande amador de história natural, com fortuna para dispor e bom gosto para a aplicar”, a transformará num pequeno jardim botânico, mandando também demolir a velha casa e construindo em seu lugar um palacete. A partir deste momento, a propriedade passará a denominar-se Quinta do Campo Alegre.

A quinta será depois adquirida por João Henrique Andresen Júnior, que em 1895 a renova. Nascido no Porto, mas tendo estagiado na Alemanha e casado com uma discípula do pintor Kazenstein, este filho do famoso industrial e comerciante homónimo de vinho do Porto manda aformoseá-la ao gosto do romantismo ecléctico do fim do século, sendo então melhorados os seus famosos jardins – onde se mantém a ideia de coleccionismo botânico – por acção de sua mulher, Joana Andresen.  A poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen relembrará, nas suas obras dirigidas à infância, esta quinta de seus avós.

Em 1949 a propriedade é adquirida pelo Estado e em 1951 passa a denominar-se Jardim Botânico do Porto, sendo integrada na Universidade do Porto e administrada pela Faculdade de Ciências, especificamente pelo Instituto de Botânica Dr. Gonçalo Sampaio.

Com a  construção dos acessos à Ponte da Arrábida – a obra é adjudicada em 1956 – a Quinta do Campo Alegre viu a sua área diminuída de 12 para 4 hectares. Contudo, foram conservados os jardins iniciais e, na parte sobrante dos campos de cultivo e da mata que integravam a propriedade, foram instalados novos jardins.

O Jardim Botânico do Porto hoje

Entre 2006 e 2007, o Jardim Botânico assistiu à renovação das redes de caminhos, rega, drenagem e electricidade e outros melhoramentos paisagísticos. Contudo, na sua parte sul, o jardim continua a sofrer do ruído automóvel proveniente da Via de Cintura Interna, estando prevista a construção de sistemas para a sua minimização. A reabilitação das estufas do jardim e a qualificação da sua colecção de plantas são outras das prioridades fundamentais para o desenvolvimento e preservação deste jardim aberto à fruição de toda a comunidade.

O Jardim Botânico compreende actualmente:

– o jardim histórico – para cuja monumentalidade muito contribuíram os Andresen e, depois da instalação do Jardim Botânico, o arquitecto paisagista alemão Karl Franz Koepp e o engenheiro silvicultor Renato Dantas Barreto -, composto por três áreas distintas separadas por grandes sebes de japoneiras;
– áreas de lagos, com plantas aquáticas;

– área de parque, com uma importante colecção de gimnospérmicas e exemplares de faias, carvalhos, tulipeiros, magnólias, etc.;
– um jardim de suculentas;
– uma zona de estufas com plantas tropicais, subtropicais, orquídeas e suculentas.

Visitas

O Jardim Botânico do Porto está aberto, nos dias úteis, das 9h00 às 17h00 e, no sábado e domingo, das 10h às 18h, sendo a entrada livre. A Universidade do Porto mantém um programa de visitas guiadas – para grupos escolares ou outros grupos organizados – nas três tipologias seguintes:

a) Percurso no JardimVisita guiada aos espaços mais emblemáticos do Jardim Botânico, com enquadramento histórico, botânico e literário. Sensibilização para a importância da conservação da biodiversidade.

b) Jardim de SophiaVisita guiada aos espaços do Jardim Botânico presentes na obra de Sophia de Mello Breyner Andresen.

c) À conquista da Terra Esta acção promove o conhecimento relativo à evolução morfológica dos principais órgãos vegetativos e reprodutivos das plantas terrestres (caule, folha e estrutura reprodutora) com base na observação de exemplares de Briófitas, Pteridófitas, Gimnospérmicas e Angiospérmicas nos espaços do Jardim Botânico. Nesta observação é dada particular atenção às características com evidente significado adaptativo.

As visitas guiadas demoram entre 1h e 1h30mn e devem ser marcadas previamente através do e-mail jb@fc.up.pt. O custo por visitante é de 1€. Os grupos devem ser constituídos por um número mínimo de 20 e máximo de 30 visitantes.

O pedido de mais informações deve, igualmente, ser dirigido para jb@fc.up.pt.

Este artigo foi uma contribuição dos responsáveis pelo Jardim Botânico do Porto.

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