Continua em Maio, no dia 11, Domingo, a 8ª edição do ciclo de passeios pedestres de interpretação da paisagem “Passos Contados”, com um percurso especialmente dirigido para famílias (pais e filhos, avós e netos).
Brincar com a cana e outros materiais vegetais
Com o artesão Domingos Romeira Vaz
11 Maio (Domingo)
Ponto de encontro: 9.30 em Santa Rita
A cana, abundante junto aos cursos de água e fácil de trabalhar, tem ainda no Algarve, inúmeros usos ligados às actividades rurais. Porém, a cana deu forma, ao longo dos tempos, a muitos elementos utilizados no âmbito de entretengas populares, tradições festivas e brincadeiras infantis. Foi matéria de eleição para a construção de muitos dos brinquedos infantis: pífaros, apitos, reco-recos, curre-curres, espingardas, gaiolas de grilo e até a estrutura dos papagaios de papel. Deambulando pelos campos para apanhar grilos, para ir aos pássaros, ou para mergulhos na ribeira próxima, transportando sempre a navalhinha no bolso, se passava junto de um canavial, das mãos da criançada podia sair o brinquedo que a necessidade ou o desejo ditasse no momento.
Usos da cana para fins lúdicos que remetem para um tempo em que, nos meios rurais, “brinquedos não os havia” ou “eram poucos”…. – como recordam os mais velhos – e os que havia eram inventados pela criança, construídos no momento, ao sabor da vontade. Ou então feitos pelos pais e avós. Utilizavam-se os materiais existentes no meio natural ou doméstico e estavam, por isso, profundamente ligados às matérias disponíveis, aproveitadas em contextos de pobreza e escassez de bens – “a necessidade faz o engenho” –, e transformadas com recurso a técnicas essencialmente manuais.
Ao longo de um percurso pelo campo, iremos na companhia de um artesão, Domingos Romeira Vaz, cujas mãos hábeis trabalham a cana desde criança, aprender a fazer brinquedos de cana e outros materiais vegetais. Desafiam-se os mais hábeis a trazer no bolso a sua navalhinha.
Passos Contados… porque os caminhos, os lugares, as pessoas contam estórias. A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António propõe este ano novas experiências de interpretação e descodificação das paisagens culturais e naturais do sotavento algarvio. Nesta oitava edição iremos ouvir e observar pássaros do campo e da ria (Março); descobrir as plantas e os seus antigos usos na medicina e alimentação (Abril); aprender a fazer brinquedos em cana e outros materiais vegetais (Maio); conhecer as dietas alimentares antigas no Algarve a partir do registo arqueológico (Junho); procurar camaleões e outros habitantes nocturnos na envolvente de Cacela Velha (Julho); observar à noite estrelas e constelações e descobrir a sua importância na navegação marítima (Agosto); conhecer as paisagens antigas em Cacela a partir de afloramentos, rochas e fósseis (Setembro); terminaremos em Outubro com um percurso sobre a habitação e usos do território no Algarve Rural, ontem e hoje.
Informações
Os percursos realizam-se aos Sábados e Domingos, entre Abril e Outubro.
Pontos de encontro no CIIPC (antiga escola primária) em Santa Rita, na cisterna de Cacela Velha, ou em Vila Real de Santo António na Praça Marquês de Pombal, consoante o percurso.
Para os passeios diurnos deverá trazer merenda, cantil com água, calçado confortável, roupa leve, chapéu e protector solar. Para os percursos nocturnos deverá trazer roupa quente, calçado confortável e lanterna.
A organização reserva-se o direito de anular a realização de percursos caso se verifiquem condições climatéricas adversas.
Inscrições
Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela
Antiga Escola Primária de Santa Rita
Tel./ Fax: 281 952600 | ciipcacela@gmail.com | https://ciipcacela.wordpress.
As participações são limitadas. Inscreva-se com antecedência, deixando o seu nome e contacto.
Valor de inscrição – 3€
Organização
Câmara Municipal de Vila Real de Santo António
Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela
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