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Milene Matos representa Portugal na final mundial do galardão da Fundação Yves Rocher

A bióloga da Universidade de Aveiro, Milene Matos, conta com o seu apoio para  conquistar o Prémio Internacional Terre de Femmes atribuído pelo público. As votações online iniciaram-se hoje e terminam dia 20 de março. Por isso, a entrega do galardão instituído pela Fundação Yves Rocher ao trabalho de preservação da Biodiversidade que a investigadora da UA tem realizado na Mata do Buçaco está ao alcance de cada um de nós. Vencedora nacional do prémio Terre de Femmes, atribuído a 3 de março, Milene Matos é também uma das sete candidatas ao Grande Prémio Internacional da Fundação que será entregue, desta feita, por decisão do júri numa cerimónia a realizar em Paris a 2 e 3 de abril.

A votação online para o Prémio do Público realiza-se emwww.terredefemmes.org/pt e, juntamente com Milene Matos, são candidatas as vencedoras nacionais do Terre de Femmes da França, de Marrocos, da Suíça, da Alemanha, da Ucrânia e da Rússia.  Cada conta de email, de facebook ou de twitter tem direito a um voto por dia.

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“É uma enorme honra difícil de explicar”, congratulou-se Milene Matos quando no início do mês a Yves Rocher lhe atribuiu o prémio nacional. “A Yves Rocher é uma entidade conceituada, tendo cultivado o respeito pelo ambiente e recursos naturais resistindo ao facilitismo que outro tipo de estratégias lhes poderia proporcionar”, apontava. Assim, “através deste prémio, [a Yves Rocher] tem tentado inspirar e motivar pessoas a seguir os seus projetos e sonhos, através do exemplo dado por mulheres empreendedoras e, de certo modo, corajosas”.

Os prémios da Fundação Yves Rocher têm mesmo por objetivo homenagear o trabalho das mulheres que, por todo o mundo, contribuem para salvaguardar o mundo vegetal e para melhorar o meio ambiente, agindo simultaneamente para o bem-estar da sociedade. Em 13 anos de existência, o Terre de Femmes já homenageou o trabalho de “compromisso pela Terra” de mais de 350 mulheres de todo o mundo.

“Todos os cidadãos deveriam ter o mesmo comprometimento [com o ambiente] ”

“Creio que as mulheres não devem ter um papel diferente do que o de qualquer outro cidadão na salvaguarda do meio ambiente, ou em qualquer outro assunto, só por serem mulheres. Nas questões de ambiente, todos os cidadãos, independentemente das características demográficas deveriam ter o mesmo comprometimento, responsabilidades e deveres”, afirma Milene Matos.

No entanto e “infelizmente”, relata a bióloga, “numa sociedade supostamente tão modernizada e evoluída, continua-se a assistir a um certo descrédito das mulheres em áreas de atuação que tradicionalmente cabiam aos homens, como seja a gestão de ecossistemas e recursos naturais, ou simplesmente, a tomada de decisões”. E em boa verdade, “e também infelizmente, ainda hoje algumas mulheres aceitam essa tradição de que não têm porque ou como tomar decisões ou liderar um projeto ou uma equipa”.

Neste contexto, acrescenta, “as mulheres que decidem agir – seja em que área for – têm de desempenhar as tarefas com particular competência, sob o risco da fácil chacota, e têm a responsabilidade acrescida de se tornarem, ainda que involuntariamente, embaixadoras das capacidades das mulheres”. Assim, deseja a investigadora do DBio, “oxalá venha o dia em que já não seja necessário entregar prémios destacando o trabalho das mulheres, pois esta questão de géneros já nem devia ser um assunto corrente”.

Uma vida dedicada à proteção da biodiversidade

Investigadora no Departamento de Biologia (DBio) da UA, Milene Matos tem trabalhado em diversas áreas protegidas portuguesas, com especial incidência na Mata do Bussaco onde a conservação da biodiversidade local tem sido o principal enfoque do seu trabalho. Com o projeto “Biodiversidade para Todos”, com que cativou o júri do Terre de Femmes, Milene Matos tem como objetivo “usar o património natural, histórico e cultural inigualável da Mata Nacional do Buçaco como veículo para a construção de um serviço educativo com funções pedagógicas, mas também sociais e de promoção e proteção da biodiversidade”.

O objetivo maior do “Biodiversidade para Todos” é mostrar a biodiversidade como um elemento unificador a todos os níveis. “É um valor de todos e para todos”, sublinha a bióloga. O projeto quer adotar um modelo de formação-ação, em que os participantes aprendem e de imediato sentem o seu contributo para a proteção da natureza. “Ao sentirem-se parte de um projeto com resultados imediatamente observáveis, ficam sensibilizados para aspetos que antes não consideravam importantes”, diz.

Este entrosamento, sublinha Milene Matos, “tem revelado aspetos não totalmente previstos também a nível social, tendo-se demonstrado, por exemplo, que este modelo tem resultados tangíveis na reinserção social de reclusos, no combate ao isolamento de idosos, no comprometimento de crianças e jovens com a biodiversidade, e no envolvimento da sociedade civil e do tecido empresarial para as questões de ambiente”.

 

(via Jornal Universidade de Aveiro)

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