Originárias maioritariamente do sudoeste Australiano num clima muito idêntico ao mediterrânico, estas plantas “anãs” são o grupo com menores dimensões entre o género Drosera. Existem cerca de 50 espécies e alguns híbridos entre si.
No seu habitat o verão é quente e seco, o inverno é chuvoso com temperaturas amenas. Durante o verão podem entrar em hibernação sendo visível apenas as estípulas (tipo de pilosidade); as raízes muito profundas asseguram a sobrevivência e o seu rejuvenescimento com a queda das temperaturas e a chegada das chuvas. É nesta altura que as Drosera pygmys formam as gemmae, uma forma de propagação vegetativa onde cada planta forma no seu núcleo dezenas de gemmae (parecidas com pequenas escamas ou grãos, dependendo da espécie, com aproximadamente 1 mm de diâmetro); o impacto das gotas da chuva é suficiente para a planta dispersar as gemmae ao seu redor e assim assegurar a proliferação da colónia.
As flores desta espécie são incrivelmente bonitas e grandes quando em comparação com o tamanho da planta, as cores roxas, laranjas, amarelas, brancas e rosas são predominantes, adquirindo por vezes um aspecto metálico na sua colocação.
Crescem por norma em forma de roseta, 1 a 2 cm de largura e altura. Havendo excepções como é o caso da Drosera scorpioides que pode crescer até aos 10 cm ou mais, sendo esta considerada a gigante entre as anãs. O seu tempo de vida é curto podendo variar entre um a três anos.
O seu cultivo
O substrato convém ser bem arenoso, numa proporção recomendada de 40% turfa, 30% perlite e 30% de areia de quartzo / sílica.
Os vasos profundos (>9 cm) são preferíveis aos mais pequenos considerando o tamanho das raízes desta pequena planta.
Cuidados a ter no verão
Estas plantas suportam temperaturas altas e luz solar directa, sendo que em excesso pode induzir o estado de hibernação ou até mesmo levar a planta à sua morte; deve manter-se a planta sempre com água no prato.
Cuidados no inverno
As Drosera pygmys suportam temperaturas baixas até aos 0° C sem grandes problemas, sendo que as geadas são fatais, por isso é muito importante que sejam cultivadas num local fresco mas livre de geadas.
sReprodução / propagação
Com as temperaturas mais frescas vêm as gemmae, a sua colheita é relativamente simples, as gemmae estão “maduras” quando com um simples toque elas se soltam da planta mãe.
Para as gemmae que têm forma de escama, recomendo que molhem a ponta de um palito e o encostem às gemmae, elas ficarão coladas ao palito. As que têm a forma de “grão” são fáceis de retirar com pinças de ponta longa.
É recomendado plantar as gemmae o mais rapidamente possível a seguir à sua colheita, pousando-as directamente na superfície do substrato.
Em caso de não ir plantar as gemmae de imediato, podem ser guardadas no frigorífico por um curto período de tempo, normalmente duas semanas, num zipbag com uma gota de água dentro, após duas semanas a raiz já será bem visível.
Para as enviar por correio recorte um rectângulo de papel para filtros de café e o dobre pelo meio, molhe-o um pouco e coloque as gemmae envoltas no papel e coloque-o num zipbag, envie num “bubble envelope”para que cheguem ao destino sem serem esmagadas.
A Associação Portuguesa de Plantas Carnívoras foi criada como resultado do atemporal projecto de alguns cultivadores destes espécimes. Nasceu da necessidade incontestável de proteger as Plantas Carnívoras em Portugal e representa o desejo de consciencialização para as questões ambientais.
Como associação compromete-se também a prestar ajuda a todos os que se interessam por estas encantadoras plantas sendo um dos objectivos principais promover o gosto pelo cultivo de Plantas Carnívoras.
Um banco de sementes, um herbário dedicado a plantas carnívoras, um registo de localizações de populações das espécies autóctones e uma publicação periódica são alguns dos projectos da APPC e que visam estabelecer uma ligação entre a APPC, os seus sócios e as Plantas Carnívoras. Website APPC
