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Plantas Carnívoras do género Nepenthes

As plantas do género Nepenthes devem o seu nome ao famoso botânico sueco, Carolus Linnaeus, provém do latim nepenthe, o fármaco mítico que supostamente provocava o esquecimento a quem o tomasse, a primeira referência a este surge na Odisseia de Homero. Dizia-se ainda que este eliminava todas as tristezas da mente, e Linnaeus argumentou que estas plantas espetaculares com folhas em forma de jarro fariam o mesmo, enchendo os botânicos de admiração e respeito.

Texto e fotografia: Luís Rafael (Werds Carnívoras)

Este género é de longe o maior que existe no grupo das plantas de “jarro”, compreendendo atualmente mais de 160 espécies, além de inúmeros híbridos naturais e criados pelo Homem. As maiores espécies deste género produzem armadilhas com um volume tal que ocasionalmente capturam alguns vertebrados incluindo pequenos mamíferos, sendo estas capturas, por norma, acidentais.
As Nepenthes são encontradas em diversos habitats, de Madagáscar e Índia ao norte da Austrália, Nova Caledônia e Filipinas. As áreas com mais espécies nos mais diversos habitats são a ilha de Bornéu, Sumatra e Malásia. Estas são encontradas nas praias, nas selvas quentes e húmidas e nos cumes frios e varridos pelo vento destas regiões. Algumas espécies crescem em solo compostos por areia, pântanos com pH ácido ou solos vulcânicos alcalinos. Existem espécies que gostam de sol intenso, enquanto outras preferem zonas mais sombrias.

Ao selecionarmos um local para cultivar uma planta deste grupo, devemos ter em conta vários fatores abióticos, nomeadamente, a luz, temperatura, humidade e espaço. A maioria das plantas preferem boa luminosidade, mas sem muito sol directo. A luz difusa ou parcial é o ideal, sendo que também se podem utilizar luzes artificiais (fluorescentes de alta potência ou LED) para o mesmo efeito caso não seja possível as condições anteriores. Folhas finas e com falta de coloração são sinais de luz insuficiente.

As Nepenthes não têm um período de dormência, mas a redução de horas de luz no Inverno faz com que abrandem o seu crescimento naturalmente.
Para a maioria das espécies intermediárias e das terras altas, é ideal uma temperatura de 25 ° C durante o dia e 15 ° C à noite. Espécies de terras baixas exigem mais de 30 ° C dias e 20 ° C noites e podem até morrer por frio intenso. A humidade deve estar sempre alta (a falta de jarros em desenvolvimento é sinal de baixa humidade). Não se esqueça de que pode e deve monitorizar as suas condições usando um sensor de temperatura e humidade.

Em relação ao substrato, este deve ser um solo bem arejado para que não compacte. Uma mistura comum para as Nepenthes é composta por 60% de perlite e 40% de turfa loira sem fertilizantes. As Nepenthes, ao contrário de muitas plantas carnívoras, suportam e apreciam uma certa quantidade de nutrientes no solo, pelo que muitos cultivadores acrescentam à turfa loira e perlite a casca de pinheiro média, vermiculite, argila expandida, etc. Há ainda quem cultive as mesmas em musgo esfagno a 100%, com bons resultados.
Para a rega, o solo nunca deve secar, e deve estar, na maioria das espécies, bem húmido. Um dos erros mais comuns é dispor um prato por baixo com água, se o vaso não for alto, o solo vai ficar demasiado humedecido e pode provocar o apodrecimento das raízes. Regar por cima e deixar escorrer o excesso é o ideal, voltando a regar apenas quando se notar que o solo está apenas húmido. E mais uma vez, para estas plantas fora do comum, regar apenas com água da chuva, água destilada ou de osmose inversa.

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