O “Cortiçada Art Fest – Festival de Experiências Artísticas na Paisagem”, uma iniciativa dos municípios de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, produzido em colaboração com o escritório de arquitetura MAG – Marques de Aguiar, quer promover a interioridade, combater o despovoamento e dar uma nova vida a estes concelhos afetados de modo significativo pelos fogos florestais. Devido à pandemia da COVID-19, a agenda foi reformulada e adaptada às novas circunstâncias, e o Festival surge agora com um formato completamente inovador, de modo a não parar o desenvolvimento desta iniciativa.
Financiado pela DGARTES no âmbito do “Programa de Apoio em Parceria – Revitalização do Pinhal Interior – Programa de Desenvolvimento Cultural do Território”, o projeto contará com a instalação de três obras artísticas na paisagem e um conjunto de eventos que envolvem artistas e população local, com uma dinâmica única que promoverá a integração e a coesão social, atraindo as atenções a nível nacional e, em simultâneo, promovendo a transformação da paisagem.
As três obras na paisagem – uma co-autoria de Marta Marques de Aguiar, Sofia Marques de Aguiar e Mariana Costa – vão nascer em cada um dos municípios, Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, explorando cada uma delas lugares de exceção na paisagem. Além destas obras de arte, o projeto inclui o Cortiçada Week, uma semana de oficinas de arte na paisagem direcionada para estudantes, dinamizada através de um concurso internacional de construção em madeira queimada.
O Cortiçada Weekend, um fim-de-semana de concertos e oficinas de arte na paisagem, dinamizadas com associações e população local, foi adaptado para acontecer dias 31 de julho, 1 e 2 de agosto em direto dos três municípios, contornando o isolamento social a que todos estamos obrigados à data devido à pandemia.
A exposição “Terras do Fogo”, que terá candidaturas abertas aos artistas plásticos do distrito de Castelo Branco, através da plataforma “Cortiçada Art Fest”, pretende ser uma mostra em espaço urbano de diversas interpretações do tema por quem vive, reflete e comunica esta problemática através da produção artística.
Paulo Urbano, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Oleiros, salienta que «só com escala nos afirmamos. Dar dimensão ao nosso território e acrescentar-lhe alma e valor pode traduzir-se numa “floresta de oportunidades”. Sendo esta uma região ameaçada pelos incêndios florestais e com um património valioso que urge revitalizar, em boa hora a DGARTES lançou esta medida que vem ao encontro de uma das prioridades do executivo camarário oleirense: a promoção das artes e da cultura de uma forma inclusiva e transversal».
«Decorrente do Aviso da DGARTES e do desafio lançado pela Diretora Regional da Cultura aos municípios, entendeu-se que, através da intervenção na paisagem – ela que sofre de inação da gestão florestal e dos consequentes ciclos de fogos – e da expressão artística, se quer deixar um apelo, ao mesmo tempo nova visão, motivando a atratividade e, em parceria com os artistas, mostrar locais de inconfundível beleza», sublinha João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova.
Já José Farinha Nunes, presidente da Câmara Municipal da Sertã, afirma que se trata de “uma iniciativa absolutamente louvável e que olha o nosso território de uma forma original. Os eventos diferenciadores são decisivos para a afirmação destes concelhos, e por isso o Município da Sertã não podia deixar de se associar ao Cortiçada Art Fest. Estamos certos de que poderemos retirar muitos dividendos desta iniciativa e afirmar esta região como um importante polo cultural no contexto do país».
«Não sabemos ainda as datas em que vamos poder avançar com alguns dos eventos, dadas as circunstâncias que atravessamos, mas o Cortiçada Art Fest está a criar as condições para manter a instalação das obras na paisagem, e um conjunto de iniciativas online, como os vídeos que fizemos com as conversas com pessoas da terra, conversas e histórias de solidariedade, de encontro, de saudade de um outro interior, um conjunto de debates sobre um futuro melhor na interioridade, dando voz a artistas, arquitetos, chefs, ilustradores, paisagistas, amantes da natureza e apaixonados das Beiras, as “Conversas da Cortiçada, À janela da Paisagem!”», explica Marta Marques de Aguiar, do escritório MAG e da equipa dinamizadora do projeto.
«A atual conjuntura que atravessamos, com a pandemia da COVID-19, faz-nos pensar neste projeto com mais força, porque, embora saibamos que estamos condicionados pela quarentena e pelo isolamento social, estamos a trabalhar para dar a uma região uma nova dinâmica que possa trazer nova vida à paisagem e a estes concelhos tão afetados pelos incêndios e pelo abandono da população», refere.
Pode acompanhar todas as novidades do projeto em https://www.corticadaartfest.pt/ e em www.facebook.com/corticadaartfest
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