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Turismo de Jardins & Parques: Os encantos do Parque da Pena

Na Serra de Sintra, em pleno Parque Natural Sintra-Cascais, encontramos um dos mais belos parques portugueses, o Parque da Pena.
A sua construção é do século XIX, sendo o arquiteto o Barão de Escheweg, a conceção de Fernando Saxe de Coburgo Gotha (1846-1847) e o jardineiro Bonard.
A gestão do espaço está a cargo da empresa Parques de Sintra.

Texto: V.M.G. / DGPC / L.M.G. Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

Segundo a referência feita no site da Parques de Sintra, “…A história deste lugar mágico começa no século XII, altura em que ali existia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Pena. Neste mesmo local, D. Manuel I mandou edificar um Mosteiro, o Real Mosteiro de Nossa Senhora da Pena, posteriormente entregue à Ordem de São Jerónimo.
O terramoto que atingiu Lisboa em 1755 deixou o mosteiro praticamente em ruínas. Mesmo degradado, o Mosteiro manteve a sua atividade, mas, passados quase cem anos, em 1834 quando se deu a extinção das ordens religiosas em Portugal, foi deixado ao abandono. O Parque da Pena ainda conserva recantos que remetem para esta época, como por exemplo a Gruta do Monge, local onde os monges praticavam o recolhimento…”.
Em 1836, a rainha D. Maria II casa-se com Fernando de Saxe-Coburgo e Gotha, um homem culto e com um gosto especial pelas artes. Encanta-se com Sintra e acaba por adquirir as ruínas do Mosteiro de São Jerónimo e a mata envolvente. A sua ideia inicial era de apenas recuperar o espaço para uma habitação de Verão da família real. O entusiasmo pelo local era tal que decide construir um palácio recorrendo aos serviços do Barão de Escheweg para conceber o espaço que possui estruturas arquitetónicas medievais, manuelina e mourisca.
“No parque, traduzindo a expressão da estética romântica e aliando a busca do exotismo à impetuosidade da natureza, o rei desenhou caminhos sinuosos que conduzem o visitante à descoberta de locais de referência ou de onde se desfrutam vistas notáveis”.
O Parque e Palácio Nacional da Pena faz parte da “Rota Europeia de Jardins Históricos”, que integra as “Rotas Culturais do Conselho da Europa” desde 2020.

A nossa experiência
Desde criança que, ao longo dos anos, passei as minhas férias em Sintra com a sua serra como cenário. As caminhadas na serra, faziam parte do dia-à-dia e, o Palácio e Parque da Pena sempre preencheram o meu imaginário de fantasia. Ao longo dos anos e, com tristeza, fui assistindo à degradação dos espaços na Serra de Sintra. A entrada, em cena, da empresa Parques de Sintra veio repor a dignidade dos lugares através de um profundo trabalho de recuperação e de renovação bem como pela informação produzida.
O Parque da Pena é um lugar que “obriga” a diversas visitas ao longo do ano e, porventura, ao ritmo das estações. A paisagem altera-se profundamente devido às diferentes tonalidades da vegetação e à luz solar.
O Parque da Pena é um local para se estar, sentir e desfrutar. Devido à sua extensão e aos múltiplos pontos de interesse aconselhamos visitas parciais para um melhor “usufruto” do espaço.
Na nossa vista mais recente tivemos o privilégio da companhia da Arquiteta paisagista Elsa Isidro da Parques de Sintra que começou por sugerir que fizéssemos a ligação ao Parque da Pena pela Vila Sassetti (partimos da Vila de Sintra). Este percurso de circulação livre é uma ótima e bela alternativa à estrada e aqui ainda tivemos a oportunidade de conversar um pouco com Teresa Mendes Jardineira com imensa paixão pelo seu trabalho e que acompanhou este projeto desde a sua recuperação em 2012.

Alguns dos pontos de interesse
O Parque da Pena é uma propriedade de planta irregular, limitada por muro com 15 Km de extensão. Constituído por uma densa vegetação arbórea e arbustiva à qual se sobrepõem uma complexa rede de caminhos de grande qualidade de construção e sofisticado sistema de drenagem (lateral ou diagonal aos caminhos). Envolto por este arboreto, define-se um corredor central de jardins que permitem considerar diferentes zonas:
A Entrada principal constituída por dois edifícios de cunho romântico e influência da arquitetura árabe na decoração exterior, de piso único e planta retangular ladeando portão gradeado em ferro fundido.
O Jardim das Camélias (ou Jardim dos Frades) é um dos espaços exteriores mais antigos, encimado por um tanque de rega, onde o terreno foi armado em patamares suportados por muros de pedra e onde foi estabelecida uma coleção de camélias, rododendros e várias árvores, hoje entre os exemplares notáveis do Parque.
A Feteira da Rainha, espaço onde se procura a exotismo de uma forma naturalizada e semelhante ao clima originário dos fetos arbóreos que aqui se distribuem entre peças de água de aspeto natural e outras espécies exóticas como a tuia ou o ácer.
A Fonte dos Passarinhos é apoiada num pequeno miradouro sobre uma encosta que, por sua vez, conduz ao Jardim dos Lagos. Constitui um “pavilhão árabe” de planta octogonal, com aberturas em três lados.
O Jardim dos Lagos, constituído por seis lagos sucessivos com formas orgânicas, alimentados por fonte, com construções acasteladas ao meio e uma cascata escalonada ligando dois dos lagos.
As Estufas são um conjunto de construções interligadas pela função de criação de espécies vegetais para plantar o Parque situadas numa clareira de fraco declive.
Jardins do Chalet da Condessa d’Edla. Este jardim, obra de D. Fernando II e sua futura segunda mulher, Elise Hensler (Condessa d’Edla), é formado por coleções botânicas minuciosamente planeadas, como a Feteira da Condessa, que reúne a mais antiga coleção de fetos arbóreos do parque, percorrida por uma linha de água que forma pequenos lagos e cascatas, e outra notável coleção de camélias.
Ao nível das espécies vegetais existentes no Parque da Pena temos, entre outras, a gilbardeira (Ruscus aculeatus), feto-folha-de-hera (Asplenium hemonitis), feto-dos-carvalhos (Davallia canariensis), camélia (Camélia japónica), feto-arbóreo (Sphaeropteris cooperi), tuia-giganet (Thuja plicata), sequoia (Sequoia semperviriems), abeto (Abies sp), acácia-austrália (Acacia melanoxylon), plátano-bastardo (Acer pseudoplatanus), castanheiro da Índia (Aesculus hippocastanum), Cryptomeria sp, Cupressus sp, Rhododendros sp, azevinho (Ilex aquifolium).

Informações úteis
Horários
Parque: 09H00 — 19H00
Último bilhete e última entrada às 18H00
Acessível a cadeira de rodas.

Preços
Bilhete adulto (de 18 a 64 anos): 7,5 €
Bilhete jovem (de 6 a 17 anos): 6,5 €
Bilhete sénior (maiores de 65 anos): 6,5 €
Bilhete família (2 adultos + 2 jovens): 26 €

Contactos: info@parquesdesintra.pt / +351 21 923 73 00

Mapa

 

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