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Os meus Jardins: Palácio e Parque Biester

Sintra na sua essência…

São seis hectares de sonho bem no coração de Sintra (paredes meias com a Quinta da Regaleira) . Com um ambiente irrepreensível, seja pela exuberância da sua flora acompanhada pela música da água em movimento, seja pelo som constante dos pássaros e no meio de tudo isso, a sorte de num dia de Outono estar uma luz verdadeiramente mágica. O facto de estarmos numa paisagem em declive aproveitado de forma exemplar, tem como resultado um parque único duma grande beleza natural.

Texto: Luísa Gonçalves e Biester Palace Fotografia: Viver com Gosto

É um deleite passear neste jardim tão bonito e com um cuidado imenso nos detalhes. Uma localização privilegiada com vistas deslumbrantes, seja a partir do Miradouro das Descobertas estrategicamente colocado num dos pontos altos do espaço, seja do Miradouro do Castelo junto ao Parque de Merendas, com vista privilegiada para o Castelo dos Mouros. Existe uma relação triangular intencional em que o Miradouro e a Capela se avistam mutuamente e ambos avistam o Castelo no topo da serra.
Recomendamos que a descoberta deste espaço seja feita ao longo do dia devido à exposição solar que a propriedade tem. Logo pela manhã temos a fachada do palácio iluminada pelo sol e ao longo do dia, a luz solar, vai dando uma nova dimensão ao jardim modelando a paisagem!
O Palácio Biester está localizado no coração de Sintra, sendo parte integrante do sumptuoso cenário que tornou a vila famosa enquanto capital mundial do Romantismo.
Atualmente é propriedade de um português, abriu ao público em Abril de 2022, teve trabalhos de restauro ao longo dos dois últimos anos com um objetivo muito concreto de preservar um património único e, muito importante, restaurar, manter e partilhar com todos os visitantes

História
Edificado durante as últimas décadas do século XIX, o monumento foi projetado pelo primeiro arquiteto português José Luiz Monteiro (o mesmo da Estação do Rossio e do Hotel Avenida Palace) e decorado pelos melhores artistas da época, nomeadamente, Luigi Manini e Leandro de Souza Braga, entre outros. A riqueza das influências estilísticas que denota resulta num conjunto de grande importância histórica e artística, perfeitamente integrado no espírito Romântico da paisagem em que está inserido, ao mesmo tempo que se afirma como um dos expoentes máximos da modernidade no final de século, marcado por um funcionalismo de vanguarda, e pela ousadia do seu programa decorativo.
O Palácio está envolvido pelo majestoso Parque Biester, um verdadeiro Éden de espécies arbóreas raras e exuberantes, magistralmente concebido pelo paisagista Francês François Nogré, no qual abundam as zonas frescas e verdejantes e os cursos de água, favorecido ainda pela existência de dois magníficos miradouros, de onde é possível avistar o Castelo dos Mouros, ou obter uma vista deslumbrante até ao mar.
O universo Biester é muito mais do que os nossos olhos conseguem ver, com uma história repleta de segredos, e uma dimensão espiritual misteriosa e cativante. Todos os acontecimentos que deram origem à sua edificação, em particular, da Capela e da Biblioteca, se revestem de um misticismo profundo e complexo, onde arte e religião se encontram, de uma maneira singular e inesperada, num percurso que se constrói através de temas tão intrigantes como os Cavaleiros Templários, Roma e a Cristandade, ou mesmo através de ligações esotéricas às esferas do Ocultismo. Mais do que um monumento histórico, o Palácio Biester é uma misteriosa aventura num labirinto cultural fascinante e pouco explorado.

No Palácio, cuja visita se recomenda vivamente, encontram-se trabalhos de vários “artistas entre eles o entalhador português Leandro de Souza Braga. A galeria de entrada, a biblioteca, a sala de estar e o salão de festas mostram também pinturas do italiano Luigi Manini e duas grandes lareiras com azulejos de Raphael Bordallo Pinheiro.

Riqueza botânica
Inevitavelmente, o Parque Biester beneficia de uma riqueza herdada diretamente a partir da reestruturação profunda do panorama botânico e arbóreo da Vila de Sintra, levada a cabo durante o terceiro quartel do século XIX pelo Rei D. Fernando II. Foi a partir desta iniciativa monumental que Sintra experimentou uma transformação radical do seu paisagismo, passando dos cenários relativamente despidos e rurais, para a exuberância telúrica e retumbante que conhecemos hoje, reclamando para si o título de Capital Mundial do Romantismo.
Assim as espécies que encontramos no Parque Biester são, em alguma medida, transversais às existentes no Parque da Pena, constituindo-se por uma grande variedade de exemplares exóticos importados dos quatro cantos do mundo; desde as espécies Cameleiras com origem na China e no Japão, às Faias verdes e vermelhas da Europa Central, até aos Fetos arbóreos da Austrália (Cyathea cooperi), aos Abetos norte-americanos, a Nogueira-do-Japão (Ginko biloba), o Plátano (Platanus x hispanica) o Parque Biester contém ainda outras espécies à época consideradas raras.
O mérito do seu desenho em declives quase labirínticos e ostensivamente estético, é do célebre paisagista Francês François Nogré, construindo o jardim como uma série de patamares com diferentes vistas para o Palácio, na qual desponta um jogo de cores caleidoscópico, fruto da escolha minuciosa do invulgar acervo botânico; ao percorrermos o Parque Biester encontramos cenários que oscilam entre a sobriedade, a elegância e a exuberância, temperados com diferentes cores durante todo o ano, e com um aproveitamento estético exemplar da beleza natural do declive e dos cursos de água.

Sítios de referência para o visitante
Cascata dos Plátanos; Poço da Mina; Gruta da Pena; Tanque dos Plátanos; Parque das Merendas; Miradouro do Castelo; Miradouro das Descobertas; Lago dos Fetos Australianos ; Estufas; Casa de Chá e Esplanadas; Tanque das Faias; Passeio Bordallo Pinheiro; Mãe D’Água; Cascata das Camélias; Ponte dos Fetos Australianos; Passeio do Castelo.
Tem ainda um serviço de cafetaria junto às estufas onde pode descansar e degustar as Queijadas da Casa do Preto, um doce tradicional da Vila de Sintra.

Informação útil
Horários:
Abril a Outubro 10h00 – 20h00
Novembro a Março 10h00 – 18h30
A entrada é paga e os bilhetes podem ser adquiridos no local ou on-line.
Saiba mais em: www.biester.pt
O parque é acessível a pessoas com mobilidade reduzida mas, devido à grande inclinação do terreno torna-se um pouco impraticável. O acesso ao interior do edifício não está preparado para cadeira de rodas.

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