Fotografia: Nathan Siemers
Um jardim é em termos genéricos uma estrutura física criada pelo homem com um determinado objectivo ou objectivos. Os elementos que o compõem diferem muito consoante o seu fim. No entanto há um que é omnipresente em todos eles: a vegetação; qualquer que seja, está sempre presente, sem ela o termo jardim não faria sentido. Outros elementos há que apesar de não serem comuns a todos os jardins estão relacionados com o tipo de espaço que é criado: a água, a esculturas, os caminhos, as pontes, o mobiliário, etc.
A resposta levar-nos-ia de certeza a tempos longínquos: ao jardim do Éden, aos jardins suspensos da Babilónia – à história ancestral dos jardins.
A minha opinião, e aqui muitos poderão discordar, é que o jardim foi criado recorrendo à imagem que existia da natureza, ou seja:
A paisagem terá sido o primeiro impulsionador na criação.
Reparem no seguinte, os primeiros povos quando se instalaram em casas estavam de certeza inseridos numa determinada paisagem, paisagem essa que provavelmente lhes agradava. À medida que as cidades cresciam, essa paisagem ia-se afastando cada vez mais, certo? Então porque não recriar ou manter o que outrora estava presente.
[Na China os jardins das casas dos antigos imperadores não eram mais do que uma porção da paisagem cercada, onde a tarefa do jardineiro se limitava a ordenar o já existente. In Uma viagem pela história dos jardins – Daniel Camara Barcelos ].
Vimos então que o jardim apareceu como forma de manter a paisagem sempre por perto, dos nossos olhos. Também a evolução dos jardins, na forma e conteúdo se entende se tivermos em mente que todos os homens são diferentes. Cada qual terá a sua visão e é também por isso que não existem dois jardins iguais.
A importância que cada um dá ao “jardim” é como vimos muito diferente, poder-se-á dizer que cada jardim é um espaço próprio criado com um determinado objectivo, mas com usos múltiplos.
O criador, apesar de ter de atender a esse objectivo, tende quase sempre a reflectir a ideia que tem de jardim.
O uso que, depois, atribuímos a esse espaço é que o pode tornar diferente e mais ou menos importante. Vamos agora supor: para um biólogo ou ornitólogo um jardim pode ser uma fonte de estudo, já para um escritor ou pintor o mesmo jardim poderá ser uma fonte de inspiração, para outros poderá apenas ser para contemplação, descanso, lazer, etc. Quanto aos fins, um jardim poderá ser usado para mostrar riqueza, impressionar outros ou ainda tornar-se numa fonte de subsistência.
Podemos dizer então que a importância depende do uso e depende também de cada um de nós.
Penso que não, a importância do jardim, apesar de estar intimamente relacionada com as pessoas que dele usufruem, tem também a sua própria importância como espaço criador de vida, de biodiversidade ou ainda e em ultima análise como fonte de oxigénio.
DIOGO RICOU é o responsável técnico da empresa Monteiro & Ricou, lda. Licenciado em Engenharia Agrícola pela Universidade dos Açores. Desde sempre que esteve ligado a esta área.
É formador nas áreas da jardinagem, nomeadamente planeamento de jardins e dá aulas ao curso CEF jardinagem no ensino público.
A monteiro & Ricou presta serviços de consultadoria, gestão de obras, construção de jardins, implantação e projecto de sistemas de rega, instalação de jardins verticais, agricultura, paisagismo.
Gosto deste artigo e já o li mais do que uma vez. Para mim o jardim é o espelho da alma de quem o cuida , e ao mesmo tempo transmite paz e alegria, qualquer que seja a estação do Ano; todas elas têm o seu encanto.
o jardim é algo k infese a natureza,ela é algo k se contorna e quando as coisas ocorem mal em perfeiçao é algo natural o jardim pode ser para mim um berso das paisagens
Gostei imenso das imagens sobretudo a arquitectura.