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Hibisco, viajante Oriental

A floração do hibisco iniciar-se-á em breve. Esta flor largamente utilizada como ornamental nos nossos jardins, tem uma longa história julgando-se ter a sua origem na Ásia tropical, embora seja desconhecida em estado natural.

A maior parte das espécies de hibiscos surgem como variantes do Hibiscus rosa-sinensis. Ross Gast [1] traça o trajecto desta espécie e a sua hibridação com outras que resultou na enorme variedade de cultivares actualmente disponíveis. A estacaria foi o método de propagação mais utilizado na dispersão das inúmeras variedades.

Os povos que habitam a polinésia deverão ter emigrado da Índia e terão sido os responsáveis pelo transporte das espécies de hibiscos através da China até ao Pacífico. Devido ao seu rápido crescimento, floração e diversidade de cores e formas, a sua aplicação como ornamental tornou-se óbvia. Pensa-se que terá sido a China a exportar esta espécie para a Europa. A primeira forma de hibisco descrita e ilustrada na Europa deve-se a Van Reede, em 1678, representando um Hibisco rosa-sinensis, vermelho de flor dobrada. Posteriormente, outras formas de hibisco são introduzidas por Philip Miller, curador do Chelsea Physic Garden em Londres, por volta de 1731 sob o nome de H. javanica, reportando a sua origem a Java. Cook e outros exploradores encontraram o hibisco vermelho (dobrado) em diversos arquipélagos do Pacífico, onde já se encontrava bastante vulgarizado.

A forma singela permanece como flor nacional da Malásia e do Estado do Havai.

Na Polinésia o hibisco era considerado sagrado, atribuindo-se poderes mágicos. Um antigo mito conta que uma jovem mulher a quem a beleza foi destruída por uma feiticeira, recupera a sua beleza ingerindo suco de hibisco. No Taiti a flor do hibisco é utilizada pelas jovens como sinal, sendo usada sobre o ouvido direito se a pessoa em causa procura companheiro ou sobre a esquerda se já o encontrou.

No Havai o interesse por esta espécie é enorme na viragem do século XX sendo nessa época que o hibisco comum (vermelho) é cruzado com uma espécie nativa de H. schizopetalus produzindo variedades espectaculares. Em 1914 uma exposição de flores apresenta 400 formas distintas e nos anos seguintes este número aumenta para os milhares.

Viajando através do Pacífico vulgarizou-se na Austrália, local onde as primeiras espécies introduzidas por volta de 1800, ainda hoje são comercializadas.

O interesse por esta espécie foi sendo ao longo do último século expandido, sobretudo no hemisfério sul. Na nossa latitude esta espécie encontra-se especialmente bem adaptada nas regiões temperadas do sul da Europa. O seu longo período de floração corresponde à fase de maior crescimento da planta, podendo ocorrer desde meados da Primavera até finais do Verão, prolongando-se pelo Outono caso não ocorra diminuição brusca da temperatura.

Apesar de ser uma espécie vulgarizada é frequente encontrarmos exemplares mal conformados ou com carências de vária ordem, pelo que importa ter em conta algumas regras de plantação, que em muito contribuem para o seu sucesso.

Antes de mais, a escolha do local de plantação protegido do vento é particularmente importante uma vez que esta planta tolera mal ventos intensos, especialmente quando a temperatura desce abaixo de 1º C. Um local com sol pleno é fundamental para a floração, assim como a disponibilidade de potássio. A correcção deste elemento no solo deverá ser feita caso uma análise de solo revele a sua carência.

Relativamente ao solo, o hibisco necessita de solos ricos em matéria orgânica, bem drenados e com pH entre 6 e 7. A rega é essencial durante os meses quentes podendo ser feita com intervalos de três dias a uma semana, dependendo da capacidade de retenção de água do solo. Para obter um crescimento vigoroso, e sendo o hibisco uma espécie exigente, deve ter-se em conta a competição com outras plantas (da mesma espécie ou outras) recomendando-se por essa razão um afastamento entre plantas de cerca de 1,2 metros numa plantação em maciço ou no mínimo 1 metro para plantação em sebe. Esta distância entre plantas permite um bom arejamento, essencial no controlo de pragas e doenças, permitindo ainda uma boa entrada de luz, fundamental ao desenvolvimento e floração.

Muito mais se poderia contar sobre esta espécie, mas nada como experimentar e apreciar.

[1]              Autor de Hibiscus Around de World- Letters to J.W Staniford (1963-67) from Ross H. Gast, American Hibiscus Society, 1980

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17 Comments

  1. Margarida 7 de Maio de 2009

    Olá, sou uma apaixonada por plantas. Tenho na minha varanda, em vasos, Hibiscus (de flor cor de rosa). Gostaria de saber se ainda posso poda-lo, pois tem as ramas muito compridas e poucas flores.

    Um abraço.

    Margarida

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  2. leonor 7 de Maio de 2009

    Olá, tenho um pequeno jardim com hibiscos . No ano passado e agora neste também, os hibiscos tem sido invadidos por uma praga e pequnos piolhos que mesmo pulverizando com um produto adquado para o efeito, não saem !! as folhs ficam amarelas acabando por cair, e a maior parte dos botões nem sequer chegam a abrir. Não sei o que hei-de fazer.
    Alguém me pode ajudar ??
    Obrigado
    Leonor

    Responder
  3. sofia carretas 28 de Outubro de 2009

    Olá Maria João, também adoptei agora um hibisco que está com o mesmo problema que a Leonor indica. Foi retirado de um jardim porque não evoluia, e a doença não passa, eu tive pena e revolvi ficar com ele, mas a verdade é que não sei como trata-lo. Desde já o meu obrigado pela bela explicação sobre a especie.
    Sofia

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  4. Lila 15 de Dezembro de 2009

    Olá!!!
    Coleciono hibiscos e ultimamente tem aparecido em meus hibiscos um pozinho branco que destroi toda a planta, fazendo cair as folhas e o caule da planta começa a secar.
    Já tentei vários remédios caseiros, mas nada adiantou.
    O que faço agora é podar! Mesmo assim eles continuam a aparecer. Imagino que não seja uma praga só de hibiscos, pois passou para a minha roseira. Preciso de ajuda, pois são muitos hibiscos!!
    Obrigada
    Lila

    Responder
  5. ricoupina 18 de Dezembro de 2009

    Boa tarde Lila,
    é difícil avaliar o problema dos seus hibiscus, no entanto segundo os sintomas que apresenta e o facto de este ter passado para as suas roseiras, faz com que ache que poderá ser míldio, este problema, surge sempre que à humidade e as temperaturas aumentam, coisa que tem acontecido frequentemente.
    Espero ter ajudado.
    Boas jardinagens
    Diogo Ricou

    Responder
  6. FRANCISCO 3 de Fevereiro de 2010

    Em relação ao problema do piolho, pode aplicar o raid casa e plantas, que resulta( fiz no meu umas 3 aplicações e resolveu).
    Em relação ao “pozinho branco” acredito 99% que seja mesmo míldio, para isso deve aplicar milraz ou milraz duplo, o duplo é para o míldio e oídio o simples é só para o míldio.
    Espero ter ajudado.
    Adoro hibiscos.

    Responder
  7. Pedro 12 de Fevereiro de 2010

    Boa noite!
    Alguém me pode dizer onde posso comprar hibiscus para oferecer, em Lisboa?
    Obrigado!!!

    Responder
  8. zeze 19 de Junho de 2010

    tmbm adoro hibiscus! e tenho os mesmos problemas acima citados. Ja perdi varios, mas nao desisto! vou tentar as dicas dos colegas.
    obrigada!

    Responder
  9. raquel heloisa 20 de Junho de 2011

    ola´ estou com muitas duvidas a respeito desta flor, sempre vejo reportagens de produtos natuais e recentimente li uma revista que falava sobre chá de hibisco p/ emagrecer,fui ate uma dessas casas de produtos naturars e coprei um pacote e comecei a tomar ,mas estou em duvida se é essa mesma flor.alguem pode me responder ? obrigado

    Responder
  10. Fátima 11 de Setembro de 2011

    Olá Pedro!
    Em Lisboa não conheço,mas em Castelo Branco encontra hibiscus de várias cores.
    Aliás estou a pensar em fazer uma cerca da mesma. Mas tenho receio por causa do tal piolho, tenho um num vaso e de vez em quando apanha.Também não sei se o clima aqui é o mais apropriado, muito sol no verão e muito frio no inverno!

    Responder
  11. Fernanda Vaz 16 de Outubro de 2011

    olá pessoal! Eu tenho um Hibisco dobrado que acabei de ganhar, só que os botões estão amarelando e caindo antes mesmo de abrir. Já observei e não tem bicho cortando eles, estão caindo naturalmente. O que devo fazer? Parece que está doente.

    Responder
  12. Sonia 15 de Janeiro de 2012

    Olá, pessoal

    Comprei lindas mudas de Hibiscus dobrados e eles estao cheios de btoes. Porém, quando as flores se abrem, apesar de bonitas, os seus caules nao as sustentam e elas ficam voltadas para baixo, como se estivessem murchas. Alguém sabe por que isso acontece? Será falta de algum nutriente? Elas tem sido adubadas.
    Aguardo ansiosa uma ajuda.
    Muito obrigada

    Responder
  13. maria cristina beirão 31 de Janeiro de 2012

    vivo num apartamento e como adoro plantas só as posso ter em vasos. quero então perguntar-vos se estes hibiscos se dariam melhor na terra de um jardim. Cumprimentos para todos e mto mas mto obrigada por existirem

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  14. Lourenço Ferreira 17 de Março de 2012

    Bom dia
    Agradecia o favor caso possa de me informar como posso adquirir uma planta de hibisco para plantar no meu jardim.
    o meu obrigado fico na expetativa da vossa resposta:
    Com os melhores cumprimentos
    Lourenço Ferreira
    TM: 918150550

    Responder
  15. Manuela 29 de Maio de 2012

    Gostava de saber quando se faz a poda do hibisco, alguém me poderá aconselhar? Tenho 2 árvores perto de Lisboa. Obrigada desde já!

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  16. Gladys Jordan 20 de Maio de 2016

    Quiero comprar plantas de hibiscos ¿dónde ? Soy de Puerto Rico ,pero quiero colores violetas y fucha intensos.

    Responder
  17. michelline 11 de Dezembro de 2016

    Olá meu nome é Michelline!
    Eu tenho 4 pés de hibisco plantados no chão e eles estão muito lindo aparentemente bem sadios cheio de flores e botões, o porém é que alguns botões começaram a cair, os mesmos estão bem sadios estes que caem tb, unica coisa que detectei de diferente é que eles se quebram bem no local que tem uma marcação, onde fica um pouco abaixo do botão,todos estão caindo da mesma forma.
    O que pode estar acontecendo?

    Responder

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