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A Origem

Em Belém, em plena zona monumental de Lisboa, o Jardim Botânico Tropical (JBT) proporciona-lhe um espaço onde as vertentes lúdicas, científicas, culturais e históricas se aliam.

Sob o nome de Jardim Colonial, foi criado por Decreto Régio em 25 de Janeiro de 1906, pelo Conselheiro Moreira Júnior (Ministro da Marinha e Ultramar). Ao surgiu no contexto da reorganização dos serviços agrícolas coloniais, a sua missão ligava-se ao ensino agrícola tropical por ser “indispensável o exemplar vivo para que a demonstração seja rigorosamente scientifica e educativa, para que o alumno não fique imaginando somente como são os animaes e os vegetaes, mas tenha a noção viva da realidade“; funcionava, ainda, como centro de estudo e experimentação de culturas e como espaço de recolha e tratamento de informação sobre questões técnicas relativas à agricultura colonial.

O plano do Jardim foi concebido no reinado de D. Carlos I e a sua instalação foi dirigida por Henry Navel, jardineiro paisagista francês, que conseguiu aliar os aspectos educativos, que norteavam a sua criação, aos paisagistas. Ocupando um espaço onde D. João V havia instalado o hortus regius suburbanus, mantiveram-se os exemplares botânicos mais notáveis, assim como alguma estatuária já aí existente.

A vocação tropical, a história do espaço onde foi erigido e um percurso de mais de 100 anos deram, a este Jardim, um cunho singular onde hoje encontramos, a par, símbolos de várias épocas envolvidos numa exuberante matriz vegetal.

As Plantas e o Património Artístico-Cultural do JBT

Ocupando uma área de cerca de 7 hectares, o JBT alberga cerca de 600 espécies, a maioria oriunda de regiões tropicais ou subtropicais de África, América, Ásia e Austrália a que se juntam algumas de latitudes temperadas.

Os propósitos didácticos, que estiveram na base da sua criação, reflectem-se na colecção de plantas onde se destacam as de interesse económico que se encontram um pouco por todo o Jardim ou, as mais exigentes em temperatura, nas estufas. Refiram-se, a título de exemplo, as fruteiras e outras alimentares (bananeira, goiabeira, anoneira, jamboeiro, pitangueira, inhames), produtoras de fibras (sisal, sumaúma), especiarias (falsa-caneleira, pimenteira), medicinais (dragoeiro, tília), estimulantes (cafeeiro, chazeiro, cacaueiro) e madeireiras (araucária, cedro, sequóia).

Em redor do Lago Principal, os magníficos espécimes de Cycas, Encephalarthus e Dioon, gimnospérmicas que tiveram uma grande expansão no Triássico e que se encontram actualmente ameaçadas de extinção nos seus habitats naturais, são uma das principais atracções do Jardim. Salientam-se ainda outras gimnospérmicas como Ginkgo biloba, oriunda da China, cuja longevidade pode atingir os 3000 anos, o pinheiro-de-S.Tomé (Afrocarpus mannii), endémica da ilha de São Tomé, e a sequóia (Sequoia sempervirens) espécie da Califórnia junto à costa do Pacífico, que é actualmente a mais alta à podendo atingir mais de 100 m, todas elas ameaçadas de extinção na natureza.

Notáveis pelo seu porte são os exemplares de figueiras como Ficus macrophylla, da Austrália, um dos maiores existentes em Portugal e na Europa, Ficus sycomorus (sicômoro), da África oriental, e Ficus religiosa (figueira-dos-pagodes), espécie venerada por hindus e budistas.

Um pouco por todo o Jardim, e contribuindo para criar o ambiente tropical que o caracteriza, surgem numerosas espécies de palmeiras em que se incluem Washingtonia filifera e Washingtonia robusta, que ladeiam a alameda principal do Jardim, Brahea edulis, endémica da ilha de Guadalupe nas Caraíbas, Sabal bermudana, endémica das Bermudas, Howea forsteriana, endémica da ilha de Lord Howe na Austrália, e Jubaea chilensis, nativa do Chile, algumas das quais ameaçadas de extinção.

Oriundas das lendárias ilhas atlânticas da Macaronésia encontram-se, entre outras, espécies como o dragoeiro (Dracaena draco), o barbusano (Apollonias barbujana), o til (Ocotea foetens) e o vinhático (Persea indica). Representantes de zonas tropicais secas, refiram-se as suculentas em que, para além de espécies de Aloe, Euphorbia e Opuntia, se destacam curiosos exemplares trepadores de Hylocerus undatus e espécimes de porte admirável do género Cereus.

No Jardim Oriental, um espaço temático onde se salienta a predominância de espécies asiáticas, nomeadamente os emblemáticos bambus, pretende-se recriar o ambiente dos jardins daquelas regiões com os seus trilhos estreitos, desníveis e jogos de água. A entrada deste Jardim é marcada por um arco, réplica estilizada do arco que limita a entrada do Pagode da Barra, em Macau.

Do património artístico-cultural salientam-se o Palácio dos Condes da Calheta do séc. XVII, com belíssimos painéis de azulejos, a estatuária em mármore do séc. XVIII, em que se destaca, entre outras, a Caridade Romana de Bernardino Ludovice (1737), a Estufa Principal, magnífica estrutura em ferro e vidro do início do séc. XX, e diversos edifícios construídos por ocasião da Exposição do Mundo Português em 1940.

Para além das colecções vivas, o Jardim Botânico Tropical é, ainda, detentor de colecções de história natural, nomeadamente uma colecção de amostras de madeira (xiloteca), existente no 1º andar do Palácio dos Condes da Calheta, e colecções botânicas (herbário) e zoológicas com milhares de exemplares de inestimável valor científico, no pólo da Rua da Junqueira. Estas colecções servem de suporte às actividades de investigação científica que desenvolvem e que se direccionam para o estudo, divulgação e promoção da biodiversidade e dos ecossistemas tropicais. No Palácio funciona, ainda, o Centro de Documentação e Informação (CDI) onde se reúne vasta documentação sobre diversos temas tropicais.

Integrado no Instituto de Investigação Científica Tropical (IICT), uma instituição de referência em temáticas tropicais, tanto nas áreas das Ciências Naturais como nas das Ciências Humanas, o Jardim Botânico Tropical é um espaço onde, através de eventos de natureza científica, nomeadamente exposições temáticas, conferências e workshops, se divulga o património histórico-científico e o conhecimento – o Saber Tropical – desta instituição.

Visitar o Jardim Botânico Tropical

Localização e contactos

Largo dos Jerónimos, 1400-209 Lisboa
Telfs: Portaria: 21 360 96 60  Secretaria: 21 360 96 65  E-mail: jbt@iict.pt
Website: www.iict.pt/jbt/

Funcionamento

HORÁRIO DE VERÃO
De 2ª a 6ª feira – das 9h00 às 18h00
Sábado e Domingo – das 11h00 às 19h00

HORÁRIO DE INVERNO
De 2ª a 6ª feira – das 9h00 às 17h00
Sábado e Domingo – das 10h00 às 17h00

Exposições: consultar horário na Portaria

Nota: Encerra aos feriados

PREÇÁRIO

Adultos: 1,50 €
7 a 18 anos e maiores de 65 anos: 0,75 €
Cartão anual: 20 €
Visitas de grupos: informações na secretaria
Transportes públicos
Autocarros: 727, 728, 729, 751, 714
Eléctricos: 15
Comboio: Linha de Cascais (estação de Belém)

Normas do Jardim

A fim de proporcionarmos a todos uma visita agradável e garantirmos a preservação do património, o JBT solicita o cumprimento de algumas regras:

– Não é permitido colher, apanhar ou danificar plantas ou partes de plantas (flores, frutos, sementes ou outras), subir às árvores ou suspender-se nos ramos.

– Pode fotografar ou filmar desde que para uso estritamente pessoal; para outros fins (publicidade, eventos sociais, divulgação, etc.) deverá contactar a Secretaria.

– Agradecemos que circule nos caminhos e trilhos.

– Mantenha a tranquilidade do espaço, evitando actividades ruidosas ou o uso inadequado de aparelhos de áudio.

– Utilize de forma correcta os equipamentos existentes (bancos, bebedouros, instalações sanitárias, equipamentos de rega, ou outros).

– Não são permitidas actividades recreativas dinâmicas como jogos de bola, andar de bicicleta, andar de skate ou outras.

– Respeite a tranquilidade dos animais não se aproximando deles nem os assustando ou perturbando.

– Não é permitida a entrada de cães.

– Não será autorizado o acesso a pessoas cujo estado físico ou indumentária possa perturbar a ordem ou a dignidade do espaço.

– Coloque o lixo nos recipientes apropriados.

E, principalmente, desfrute da sua visita.

Mais informações: Jardim Botânico Tropical

Nota da Redacção: Artigo realizado em colaboração com o JBT / IICT

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4 Comments

  1. PAULO RICARDO FARACO 13 de Junho de 2012

    PARABÉNS A TODA A EQUIPE DE ADMINISTRADORES E PESQUISADORES DO JBT – LISBOA, É COM MUITA ALEGRIA COMPARTILHAR ESTE TIPO DE ATIVIDADE DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA PARA O MEIO CIENTÍFICO E PARA O PATRIMÔNIO CULTURAL.
    BOM TRABALHO, ENGº AGRº PAULO RICARDO FARACO.

    Responder
  2. Rogério Ramalho 23 de Janeiro de 2015

    Boa noite.
    Meus pais trabalharam nesse jardim.
    No que diz respeito ao Jardim Oriental, agradecia que fosse
    mencionado o nome do seu criador, meu padrinho de baptismo e casamento; Eng. José Amaral Tavares de Carvalho.
    Obrigado.

    Responder
  3. Emilia Soares 24 de Outubro de 2015

    Gostaria de saber se nesse espaço de flora tropical existe a árvore Imbondeiro, símbolo da flora africana, que chega a viver mais de 5 000 anos.
    Tenho algumas plantas de que gostaria de me desfazer. Se possível com alguma contrapartida já que tenho alguma dificuldade económica.
    Também será necessário fornecer alguma informação muito necessária para se manter esta árvore viva e em boas condições.
    Agradeço uma resposta.

    Responder

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