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Plantas carnívoras: Droseras Tropicais

As droseras são plantas que se encontram espalhadas por todo o mundo, mas neste artigo vou abordar as droseras tropicais e semi-tropicais ou seja droseras que não requerem um período de dormência ou têm resistência limitada a temperaturas muito baixas.

Drosera

A lista de espécies que cumprem estes requisitos é longa mas deixo aqui apenas alguns exemplos das espécies mais comuns: D. capensis, D. aliciae, D. regia, D. binata, D. adelae, D. prolifera, D. nidiformis, destas as mais facilmente encontradas no comércio são a D. capensis e D. aliciae.
Quero destacar a D. capensis que é das plantas carnívoras mais resistentes e mais fáceis de manter, tolerando muitos maus tratos, o que a torna na planta mais adequada para quem se inicia no cultivo de plantas carnívoras. Muitas vezes quem começa é tentado a iniciar pelas espécies mais exóticas ou mais vistosas acabando por desistir devido aos insucessos que obtém, por essa razão, em resposta à pergunta que muitas vezes me é colocada sobre qual a planta carnívora com que se deve começar, não tenho qualquer duvida que a resposta certa é a Drosera capensis.
Comum a todas as droseras é a forma de capturar as suas presas, utilizam pelos glandulosos que segregam um liquido viscoso que atua como cola que dificulta a fuga dos insectos que inadvertidamente pousam nas suas folhas. Após este primeiro contacto os pelos que foram tocados e os que se encontram nas proximidades curvam-se e prendem a vitima na folha, em algumas espécies a própria folha dobra ou enrola-se em redor do indefeso insecto.
As glândulas produzem enzimas que vão dissolver e digerir o insecto, por fim, depois de a refeição estar terminada a folha e os pelos voltam à sua posição normal e os restos não digeríveis do inseto serão levados pelo vento ou pela chuva.
As necessidades de cultivo estão dentro dos parâmetros básicos para a maioria das plantas carnívoras, em termos de solo, a mistura típica de turfa sem fertilizantes mais perlite em partes iguais funciona perfeitamente.

Drosera Regia

A rega deve ser efetuada utilizando água destilada ou da chuva e usando o método do prato com água por baixo do vaso que não deve nunca faltar principalmente nos dias quentes.
No geral as droseras desenvolvem-se melhor ao sol direto embora algumas espécies prefiram um local menos luminoso, nas primeiras incluem-se a D. capensis e a D.aliciae e nas ultimas a D. adelae.
Sendo espécies que não possuem dormência podem ser mantidas com uma temperatura amena durante o ano todo são por isso candidatas ideais para terrários ou parapeitos de janelas. As plantas também podem ser mantidas no exterior visto que o clima em Portugal é adequado em todo o território durante a maior parte do ano, devendo apenas serem protegidas nos locais onde a temperatura desça para valores abaixo dos 10 °C, mesmo nesses casos embora a planta possa morrer devido ao frio excessivo muitas vezes renasce das raízes quando as temperaturas melhoram.

Drosera aliciae

A multiplicação destas plantas é relativamente simples na maioria das espécies, se forem mantidas num ambiente ameno dão flor regularmente ao longo de grande parte do ano e podem mesmo tornar-se pragas em algumas coleções, esse facto é muito comum com as D. capensis e as D. aliciae por exemplo, visto que as sementes minúsculas são produzidas ás centenas e invadem os vasos próximos germinando com grande facilidade.
Devido à facilidade de germinação e à quantidade de sementes produzidas esta é a forma mais fácil de multiplicação, as plantas crescem relativamente rápido e atingem a maturidade em 2 ou 3 anos.
Mas formas de propagação vegetativa são igualmente válidas como o uso de folhas ou bocados de raízes, as folhas são colocadas à superfície do solo com a face dos tentáculos virada para cima e de forma que toda a folha fique em contacto com o solo húmido, os bocados de raízes devem ser cortados em pedaços de 2 ou 3 centímetros e são colocados à superfície do solo e cobertos com alguns milímetros de solo, quer num caso quer no outro depois de algumas semanas devem surgir várias pequenas plantas que rapidamente se tornam adultas.
Quanto à alimentação, as droseras conseguem capturar muitos e variados insectos desde que tenham acesso a eles, portanto não é necessário serem alimentadas à mão, mas no caso de o quererem fazer, qualquer insecto serve e nem precisa de estar vivo, pode ser morto primeiro e depois colocado na zona dos tentáculos da folha, isso é suficiente para desencadear a ação por parte das plantas.

Drosera capensis

Como representante deste grupo temos como já referi a carnívora mais fácil de cuidar, a planta à prova de bomba, a Drosera capensis, originária da África do Sul é uma das plantas carnívoras mais cultivadas e mais conhecida de todos os que colecionam carnívoras. Embora seja muito comum não deixa de ser uma planta interessante dentro do seu género, possuindo várias variantes com características muito distintas, temos a mais comum D. capensis “typical” em que as folhas são verdes e os tentáculos são vermelhos, a D. capensis “red”, que se for cultivada com sol suficiente é caracterizada pela cor vermelha por toda a planta incluindo as folhas, a variante D.capensis “alba” que não possui pigmento vermelho o que origina folhas verdes e tentáculos brancos. Existem ainda variantes com nomes que refletem as diferenças em termos das dimensões e características das folhas, nestas variantes incluem-se nomes como D. capensis “narrow”, D capensis “broad leaf”. Daqui se pode perceber como uma espécie simples de cuidar pode ter um lugar de destaque em qualquer coleção, visto que é composta por uma grande variedade de cores e formas. Uma característica também muito apreciada é a forma muitas vezes dramática como a D. capensis envolve com as suas folhas os insectos que captura, muitas vezes dando várias voltas com a folha em volta da sua presa tal qual uma cobra quando caça.

Texto
Paulo Lourenço (cp_produtos@yahoo.com) / www.carnivoras.org

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1 Comments

  1. APPCarnívoras 21 de Setembro de 2018

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