A alface (Lactuca sativa L. ) é uma planta hortícula pertencente à enorme família das compostas, onde se incluem também o dente-de-leão (taraxaco officinale L.), a chicória (Chichorium intybus L.) etc. Existe no mercado uma infinidade de variedades de alfaces; para conhecer alguns poderá consultar o Gorgulho, boletim informativo sobre biodiversidade agrícola.
Todas estas variedades são no entanto descendentes da Lectuca scariola L., ou alface silvestre, conhecida também por alface-brava-menor que ainda cresce espontânea nos campos e jardins das regiões temperadas da Europa e Ásia, de onde é originária, mais especificamente baixo Mediterrâneo, Irão e Turquistão.
A cultura da alface remonta à mais de 5 mil anos a.C.
Os Gregos e Romanos já eram consumidores de alfaces, Galeno chamava-lhe erva dos sábios ou erva dos filósofos. Dióscórides já lhe atribuia propriedades medicinais, considerava-a refrescante do estômago e anti-espasmódica.
É rica em sais minerais e em sucos calmantes, possui uma substância chamada lactucário dotada de propriedades narcóticas ligeiras, sedativas e soníferas, quando bem mastigada e salivada é boa para a mucosa do aparelho digestivo.
É um alimento muito refrescante pois contém cerca de 95% de água.
A alface é rica em vitaminas A, B e C, cálcio, ferro, fósforo, manganês, iodo, magnésio, sódio, cobre, zinco e potássio.
Possui uma acção hipoglicémica ou reguladora dos açucares.
Aconselhada em dietas de baixas calorias.
É um excelente legume para consumir depois dos excessos à mesa.
Devido ao alto teor em celulose, facilita e regula a actividade intestinal, reduzindo irritação do intestino e também as fermentações.
Combate espasmos e dores menstruais, retencão urinária, gonorreia, excitação nervosa e sexual, pleuresia, inflamação da vísicula e fígado, insónia, pesadelos nas crianças, tosses nervosas ( em forma de decocção), aumenta fluxo do leite materno, em cataplasma, obsorve os furúnculos e tem um efeito suavizante sobre a pele, ajudando a combater problemas de acne e rosácea.
A alface deve consumir-se crua no príncipio das refeições, cozida pode ser consumida em sopas.
Comida ao jantar, favorece o repouso e facilita a evacuação logo pela manhã, em puré a alface constitui uma refeição leve e de fácil digestão.
Deve conservar-se no frigorífico embrulhada num pano húmido ou num saco de plástico, evitar embalagens muito herméticas que favorecem o apodrecimento, o tempo de conservação varia de espécie para espécie (entre 3 a 10 dias).
Conservar longe de legumes e frutos que produzam etileno o que provocará na alface um amarelecimento da folha.
A alface é de fácil cultivo, sendo no entanto o seu principal requesito a humidade constante do solo, mas sem estar encharcado, caso contrário ela espiga muito rápidamente que é o que acontece nos meses de Verão se esta não estiver na sombra.
A alface quando semeada em solo definitivo é mais robusta e resistente às pragas, mas ocupa o solo durante muito tempo, por isso muita gente opta por semeá-la em estufa e depois transplantá-la no exterior, quando realizar esta tarefa é importante não enterrar o colo da planta, quando semeadas directamente no exterior, coloque 2 a 3 sementes em pequenas covas distanciadas de 25 cm entre si e desbastar quando estas tiverem cerca de 4 folhas.
Consocia-se bem com cebolas, é bom manter algumas alfaces de reserva na estufa para quando proceder à colheita das cebolas, colocar alfaces nos seus sulcos, o composto existente nos sulcos das cebolas são óptimo alimento para as alfaces, se deixar algumas cebolas, estas ajudam a repelir os coelhos.
A alface beneficia ainda da companhia dos morangos, aipo, couve, pepino, cenoura e rabanetes, especialmente quando plantados junto com as alfaces de Verão serão mais suculentos.
FERNANDA BOTELHO nasceu em Tojeira/Sintra em agosto de 1959.
Aos 18 anos viaja para Londres onde estuda antroposofia e plantas medicinais e pedagogia Montessori.
Fez o curso de guia de jardim botânico com a Alexandra Escudeiros e gostou tanto que repetiu no ano seguinte.
Apaixonada por jardins botânicos, é frequentadora assídua de Kew gardens. Absorve o que vê, fotografando e escrevendo.
Publica anualmente desde 2010 agendas de plantas medicinais, três livros infantis “Salada de flores” “Sementes à solta” e “Hortas aromáticas”. “As plantas e a saúde, guia de remédios caseiros”. É colaboradora do programa Eco-escolas desenvolvendo projetos de plantas medicinais e hortas sustentáveis nos espaços escolares com professores e alunos.
É convidada regular da RTP 1, organiza passeios botânicos e dá workshops sobre plantas medicinais.
Blogue Malva Silvestre.
Excelente artigo que deve ser divulgado. ajudou-me muito.
e bom saber disso estou comesando a regar minha horta nela tem varios tipos de legumes um deles é alface sou da escola maria lice borges gion brigada xau