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Jardim do Luxemburgo: Um toque Italiano em Paris

Aquando da visita da Tudo Sobre Jardins, o dia estava solarengo, dia de semana em plena capital francesa e no Jardim do Luxemburgo existia um movimento constante de pessoas que passeavam. Turistas, estudantes e trabalhadores que aproveitavam a hora de almoço para descansar à sombra de uma árvore.

O jardim do Luxemburgo é o segundo maior parque de Paris com uma área de aproximadamente 23 hectares, localizado no 6º bairro de Paris. Integra o Palácio do Luxemburgo onde funciona o Senado Francês.

Desde o século XVII que este jardim se tornou uma das principais imagens de marca da vida parisiense, a sua atmosfera cosmopolita tem sido um elemento constante, e mesmo com o passar dos anos esta atmosfera não mudou, o seu carácter mantém-se e prova disso é o número de visitantes diários que aqui acorrem.

O jardim é muito caracterizado pelas suas parterres formais com gravilha e relvados repletos de estátuas. No centro uma grande fonte octogonal com jactos de água centrais onde muitas vezes se podem ver crianças e adultos a brincarem com pequenos barcos telecomandados à vela ou a motor.

O Jardim

A atmosfera calma e relaxante deste jardim é um dos maiores atractivos para o visitante, na área à volta da fonte encontram-se uma série de terraços com diversas estátuas, das rainhas francesas a santos até às diversas cópias da estatuária da antiguidade clássica, estes terraços com balaustradas são ideais para descansar aproveitando as diversas cadeiras espalhadas pelo jardim.

Na zona sudoeste do jardim existe um pomar de macieiras e pereiras e mais de duas mil espécies diferentes de plantas. Um teatro de marionetes ideal para as crianças e também uma zona de recreio com um carrossel, zona onde aos fins-de-semana se podem apreciar actuações musicais ao vivo.

Pelargónios

Os canteiros são renovados três vezes por ano, salvas, dálias … e durante o Verão podemos ver no jardim laranjeiras e oleandros. As avenidas de árvores são constituídas por castanheiros, tílias e bordos. Espécies resistentes a níveis de poluição elevados e a doenças característicos dos meios urbanos são igualmente refúgios ideais para pássaros. Na entrada a noroeste as catalpas são especialmente bonitas.

Orquídeas

A colecção de orquídeas foi criada em 1838 a partir de um lote de plantas enviadas pelo médico do Imperador do Brasil à faculdade de medicina de Paris, situada na época a sul do actual Jardim do Luxemburgo. Graças às trocas com os horticultores e coleccionadores, a colecção desenvolveu-se até chegar às 1 200 espécies. À época, pouco se sabia sobre a cultura destas plantas misteriosas e sobretudo a sua reprodução. Em 1859, o jardim botânico da Faculdade de Medicina foi suprimido e o Senado aceitou acolher a colecção de orquídeas e mandou construir uma estufa especial.

A colecção inclui agora mais de 10 000 vasos pertencentes a 150 géneros, são mais de 1 350 cultivadas, entre híbridas e diferente espécies de orquídeas tropicais de onde se destacam as: Lycaste skinneri, Peristeria elata, Schomburgkia superbiens, Stenorrhynchus speciosus e a colecção nacional de orquídeas de Guyane.

Este património excepcional está acessível ao público 1 vez por ano durante a jornada europeia do Património, no último fim de semana do mês de Setembro.

Árvores notáveis

O Jardim de Luxemburgo encerra um conjunto de árvores que merecem um destaque especial como são os casos das seguintes espécies:

Aesculus pavia; Albizia julibrissin; Cedrus atlantica; Celtis australis; Cercis siliquastrum; Davidia involucrata; Fagus sylvatica ‘Atropurpurea’; Fagus sylvatica ‘Laciniata’; Ginkgo biloba; Kœlreuteria paniculata; Morus alba; Parrotia persica (Hamamélidacées; Sequoiadendron giganteum; Thuja plicata ‘Atrovirens’; Ulmus glabra ‘Pendula’; Zelkova crenata.

Fonte Médicis

Escultura e arquitectura

A espinha dorsal do jardim prolonga-se mesmo para além das suas fronteiras, pela Rua Augusta, pela zona central temos a Rua do Observatório, com esculturas dedicadas às 4 fases do dia intercaladas com colunas que culminam a sul na fonte do Observatório também intitulada a fonte das quatro partes dos mundo (4 continentes mais especificamente ficou de fora a Oceânia por uma questão de simetria), as esculturas são da autoria de Jean-Baptiste Carpeaux. As instalações foram construídas por Gabriel Davioud aquando da reestruturação da avenida do Observatório em 1867.

Este foi o primeiro jardim Francês influenciado pelo período Barroco Italiano. Os jardins e o palácio começaram a ser construídos em 1612, tendo sido projectados para a princesa Marie de Médicis (1573-1642), que se tornou a Rainha de França. Marie de Médicis comprou a estrutura e o seu relativamente extenso domínio em 1612, tendo encomendado em 1615 ao arquitecto Salomon de Brosse o novo edifício, ao qual se referia como Palais Médecis.

A construção e mobiliário do palácio formaram o seu principal projecto artístico, apesar de nada restar actualmente dos interiores tal como foram idealizados então, salvo alguns fragmentos arquitectónicos reunidos na Sala do Livro de Ouro. Os conjuntos de pinturas que a Rainha encomendou estão espalhados por vários museus e constituem um dos mais célebres, uma série de vinte e quatro telas triunfantes encomendadas a Peter Paul Rubens. O Palácio do Luxemburgo tem mais de residência secundária que de palácio urbano oficial. A sua planta é bastante característica dos châteaux Franceses, como o de Verneuil-en-Halatte, no qual Salomon de Brosse também participou. Compõe-se por um pátio quadrado, um corpo de entrada coroado por uma cúpula e por pavilhões laterais.

Palácio de Luxemburgo e Senado Francês

O Palácio do Luxemburgo é o resultado da livre inspiração de Marie de Médicis que, tendo-se cansado do Palácio do Louvre, desejava reencontrar o espírito florentino e as memórias que este lhe evocava, nomeadamente através do emprego das ornamentações de pedra na arquitectura do edifício em vez de uma mistura de tijolo e pedra, como se encontra por exemplo no pavilhão de caça do Palácio de Versailles. Mas ainda sobre o jardim, tal como o seu jardim de infância em Boboli, Florença o Jardim de Luxemburgo foi desenhado com duas avenidas perpendiculares. Foi Jacques Boyceau que supervisionou a projecção do mesmo. Um dos elementos mais marcantes é sem dúvida a Fonte de Médicis que era originalmente uma gruta, projectada pelo artista Thomas Francine e no século XIX foi transferida pedra a pedra para a sua actual localização. O lago em frente à gruta foi adicionado por Alphonse de Gisors e plantaram-se os plátanos.

Para quem visita Paris é uma paragem obrigatória e para quem vem da direcção de Montparnasse é sem dúvida um oásis no meio do urbanismo da cidade.

Informação útil

Boulevard Saint-Michel, Ile-de-France, Paris, França

Rue de Médicis Rue de Vaugirard 75006 PARIS

Horário:

Abertura: Ás 07:30 durante a Primavera e Verão e ás 08:15 durante o Outono e Inverno

Fecho. Antes do pôr do Sol.

Metro: Notre Dame des Champs

Saiba mais: www.paris.fr

Avenida de árvores onde se pode ver ao fundo o Observatório

Jardim do Luxemburgo em números

Superficie total : 23 hectares

Lagos 2 800 m²

Relvados 54 000 m²

Maciço de arbustos 17 700 m²

Maciço floral 6 000 m²

Pomar 2 100 m²

Perímetro interior do jardim 2 km

Árvores de arruamento 2 800

Árvores de sombra 600

Arbustos 35 000

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