A Parques de Sintra está a desenvolver uma intervenção de conservação e restauro na Sala dos Embaixadores, no Palácio Nacional de Queluz. Os trabalhos, que visam o tratamento de todos os elementos existentes neste espaço, estão orçados em 180 mil euros e deverão estar concluídos no verão de 2018.
A intervenção contempla o tratamento das madeiras estruturais, madeiras pintadas, superfícies cobertas com tela pintada lisa e telas pintadas figurativas; dos elementos relevados dourados, espelhos e vidros; do pavimento em pedra e dos pavimentos em madeira, e ainda do conjunto de luminárias constituído pelos lustres adossados aos alçados e os três lustres centrais de maiores dimensões.
No âmbito desta ação, estão também previstos trabalhos de recuperação na zona da cobertura, bem como a renovação de algumas infraestruturas, nomeadamente a modernização das redes de energia, telecomunicações, iluminação e deteção de incêndios, e a expansão do sistema de videovigilância, de forma a promover maior segurança, eficiência energética e adequação estética destes elementos.
De salientar que, tendo em mente a preservação deste conjunto patrimonial de elevado valor, esta intervenção rege-se por padrões de elevado rigor científico e técnico e pela aplicação rigorosa das boas práticas, reconhecidas nacional e internacionalmente, no campo da conservação e restauro.
Dadas as diferentes e variadas especialidades artísticas presentes na sala, a Parques de Sintra recorreu, de resto, ao Laboratório José de Figueiredo, da Direção-Geral do Património Cultural, para apoio concreto na definição dos trabalhos a realizar nos elementos em tela, madeira e vidros pintados com elementos figurativos.
Seguindo a política de “Aberto para Obras” da empresa, foi criado um túnel de circulação com janelas revestidas a acrílico que permitirá aos visitantes acompanharem a ação de conservação e restauro em curso.
Sala dos Embaixadores
Inicialmente designada por Barraca Rica, Sala das Colunas, das Serenatas, dos Serenins e Galeria, esta dependência passou a ser conhecida, depois de 1794, como Sala das Talhas e Sala dos Embaixadores.
A sua construção iniciou-se em 1754, sob risco do arquiteto Jean-Baptiste Robillion e com a colaboração dos franceses Jacques Antoine Colin, entalhador, e Jean François Cragnier, ensamblador, e os portugueses Bruno José do Vale e Francisco de Melo, que pintaram o teto e a sanca com motivos alegóricos e de chinoiserie.
A pintura do painel central, de grande efeito cenográfico, representa a família real participando num serenim (concerto). É uma réplica da tela original atribuída ao pintor italiano Giovanni Berardi, concluída em 1762, que se perdeu no incêndio de 1934, que afetou particularmente esta zona do palácio.
Este é o espaço do Palácio onde melhor se sente a influência da decoração em chinoiserie, tão ao gosto da segunda metade do século XVIII. A existência de dois dosséis para tronos, delimitados pelas colunas em espelho, justificava-se pelas cerimónias em que os reis eram acompanhados pelos Príncipes do Brasil, título pelo qual eram conhecidos os príncipes herdeiros.
Desde 1794, altura em que Queluz passou a ser a residência permanente da Família Real, até 1807, ano da partida para o Brasil, esta sala foi utilizada pelo Príncipe Regente para o seu Beija-Mão e audiências do corpo diplomático e ministros estrangeiros, pelo que passou a ser conhecida por Sala dos Embaixadores.
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