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Em defesa dos agricultores e dos seus aliados naturais, as abelhas

São já mais de 270 mil os europeus que assinaram uma petição para salvar as abelhas e os agricultores

A relação entre flores e abelhas (1), que foi já apelidada de mais antiga história de amor do mundo, revela um dos elos fundamentais e insubstituíveis entre a agricultura e a natureza. Mas as abelhas e outros polinizadores estão atualmente em declínio, pondo em risco a produção de alimentos. A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) juntou-se a mais de cem associações europeias na luta por uma agricultura saudável que preserva a biodiversidade.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que cerca de 87% das principais cultivares a nível mundial depende de polinizadores para frutificar, como as abelhas e outros insetos, aves e mamíferos. Estas são também as plantas que nos garantem uma dieta equilibrada com frutas, vegetais, oleaginosas e frutos secos. A maioria dos polinizadores são selvagens, no entanto, algumas espécies, como a nossa abelha-doméstica (Apis mellifera), contam com grandes populações geridas por apicultores, mas para atingir um bom grau de polinização são necessárias comunidades de polinizadores biodiversas.
No entanto, estes aliados naturais dos agricultores estão em franca regressão por todo o globo, tanto em termos de número de espécies como das populações. Na Europa, estudos indicam que mais de 30% das populações de abelhas e borboletas selvagens estão a diminuir.
As populações de abelhas geridas têm também sofrido perdas preocupantes devido a doenças como a varroose ou ao Síndrome do Colapso de Colmeias, caracterizado pelo súbito desaparecimento das obreiras. O declínio de espécies selvagens e geridas está associado à intensificação da agricultura, com o aumento de áreas de monocultura e eliminação de zonas naturais, ao uso excessivo de pesticidas como os neonicotinóides, e às alterações climáticas, que baralham os polinizadores alterando as épocas de floração.
A nossa alimentação depende da saúde das populações de polinizadores e para a garantir é necessário alterar as práticas agrícolas. Para salvar os agricultores e os seus aliados é preciso reforçar as infraestruturas ecológicas na agricultura com o estabelecimento de áreas seminaturais que sirvam de habitat aos polinizadores. É ainda essencial encontrar alternativas à aplicação de pesticidas com efeitos secundários no ecossistema e que acabam por ser prejudiciais à própria agricultura.
Um conjunto de organizações europeias, entre as quais a LPN, apoia a iniciativa de cidadania europeia “Salvar as Abelhas e os Agricultores”, que deverá chegar a um milhão de assinaturas até final de setembro deste ano, para que a Comissão Europeia proponha legislação de forma a eliminar progressivamente os pesticidas sintéticos até 2035, restaurar a biodiversidade e apoiar os agricultores na fase de transição. Participe na iniciativa “Salvar as Abelhas e os Agricultores” com a sua assinatura (www.savebeesandfarmers.eu) por uma agricultura amiga das abelhas e por um ambiente saudável.

(1) https://www.theguardian.com/commentisfree/2020/feb/14/bees-flowers-danger-pollinate-human-foodstuffsfarming

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