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O Calor Aconchegante da Aveia

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Dificilmente concebo um Inverno passado sem o calor aconchegante da aveia.

[b]História[/b]
A aveia foi um dos primeiros cereais a serem cultivados na Ásia Ocidental e na Europa. Há quem atribua a sua origem à Pérsia, mas também ao Egipto e à Índia. Os gregos já a utilizavam para fins medicinais e na Itália parecem ter sido os legionários de César que introduziram esta gramínea durante a ocupação da Gália e da Germânia. Os soldados verificaram que aqueles povos usavam regularmente a aveia na sua alimentação, em forma de pão ou de sêmola; notaram ainda que eles tinham uma saúde de ferro e que morriam muito velhos. Daí a existência ainda hoje de um ditado alemão que refere “as papas de aveia produzem homens de ferro”.
Os hunos alimentavam-se com papas de aveia.
Os escoceses e ingleses são também grandes consumidores de porridge (flocos de aveia cozidos).
É um cereal de inverno e de regiões frias e fornece uma energia quente.

[b]Habitat e Cultivo[/b]
A aveia que noutros tempos crescia como erva daninha nos campos de trigo, é hoje cultivada como cereal nas regiões temperadas do mundo inteiro. É um cereal pouco exigente e é colhido no fim do Verão, mais ou menos quatro semanas depois da cevada.

[b]Características[/b]
A aveia é uma herbácea da família das gramíneas, cujo nome científico é Avena sativa. É uma erva anual que atinge um metro de altura, tem caules erectos e ocos, folhas semelhantes a pequenas lâminas e pequenas espigas que acumulam a luz do Sol e onde estão guardadas as sementes. Utilizam-se todas as partes da planta.

[b]Constituintes[/b]
É rica em saponinos, alcalóides, esteróides, flavonóides e amido. É um dos cereais mais ricos em proteínas, em matérias gordas e substâncias estimulantes, especialmente a avenina; é rica em minerais entre os quais se destacam o ferro, cálcio, cobre, magnésio e zinco. É ainda rica em vitaminas do grupo B, mas também vitamina PP e Pro-vitamina A e D. Tem ainda alto teor de silício, fibras e, betaglucano, e uma hormona semelhante à foliculina.

[b]Propriedades[/b]
Alto valor nutritivo, o componente avenina estimula o sistema nervoso central, daí o seu uso para combater depressões e estados convalescentes. Esta substância ajuda no esforço atlético: na Austrália, fez-se um estudo com atletas cuja dieta foi à base de aveia que revelou um aumento de 4% nos níveis de energia e resistência, considerando-se que a aveia mantém a função muscular durante o treino e o exercício. É afrodisíaco e desinibidor. Estimula o funcionamento da tiróide, e melhora a resistência ao frio e humidade.
A sua riqueza em silício tem efeitos diuréticos e laxativos, enquanto que o betaglucano reduz o nível de colesterol no sangue.
Ajuda a combater a obstipação e as hemorróidas. Controla a glicemia, ajudando no combate à diabetes. Protege contra o cancro do cólon. Combate a anemia e a falta de apetite especialmente nas crianças. Recomenda-se principalmente às crianças e desportistas.
Ajuda a eliminar a inflamação das paredes do interior do estômago, protegendo-as e evitando úlceras gástricas, diarreias crónicas e prisão de ventre.
A dietética chinesa refere que a aveia é útil no combate à diarreia, provoca transpiração, suprime a humidade, estimula as glândulas endócrinas dos pâncreas e da tiróide.

[b]Precauções[/b]
As pessoas idosas ou sedentárias devem tentar moderar o consumo da aveia.

[b]Utilização[/b]
Utiliza-se em flocos, sob a forma de muesli, papa, pão, galetes, bolos, etc.
Os flocos quando cozinhados durante 15 a 20 minutos são mais digestivos, podendo juntar-se frutos secos, nozes, avelãs ou outras oleaginosas. Pode ainda juntar-se mel depois da cozedura (o mel nunca deve ser sujeito a altas temperaturas pois perde as suas propriedades).
A aveia não cozinhada é um pouco indigesta, por isso o muesli deve ficar de molho em água ou leite quente durante a noite e ser consumido cru na manhã seguinte.
Devido a alto teor energético, é mais indicada para o pequeno almoço e nunca para o jantar.
A farinha de aveia é refrescante, diurética e ligeiramente laxativa.
Em cataplasmas recomenda-se para as dores intercostais; tostar a veia em seco, colocá-la em sacos e aplicá-la sobre a parte dorida. Podem também aplicar-se cataplasmas quentes feitos a partir de aveia cozida em vinho ou vinagre.
A casca de aveia servia outrora para forrar colchões das pessoas nervosas ou com insónias.
A aveia é muito utilizada como forragem especialmente na alimentação dos cavalos.
A tintura de aveia é um medicamento homeopático que contém um sedativo (a avenina) utilizado para combater insónias e stress, actuando como regulador do sistema nervoso.

[b]Cosmética[/b]
É muito utilizada no fabrico de cremes de beleza, sabonetes e shampoos.
Um simples lava-pés prepara-se fervendo 3 a 5 punhados de aveia durante 20 minutos, depois lavando os pés nessa água, é bom para os calos, bolhas e unhas encravadas.
As cataplasmas de aveia aplicadas sobre a pele, aliviam erupções cutâneas e são excelentes para limpeza e tratamento da pele incluindo o eczema.

[b]Agricultura[/b]
Ajuda a prevenir a erosão do solo, especialmente se eles forem ácidos e pobres.

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1 Comments

  1. Geny Pereira Lopes 15 de Janeiro de 2010

    Muito boa orientação sobre a apicação nutricinal e fitoterápica da aveia.

    Responder

Deixe o seu comentário Geny Pereira Lopes

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