As labaças ( Rumex crispus L.) pertencem á família das Poligonáceas, existem mais de 200 espécies do género Rumex, Rumex, Rumex obtusifolius, de folha mais larga, Rumex acetosa também conhecida por erva azeda ou espinafre limão, ou sorrel em inglês e oseille em francês.
É uma planta vivaz, nativa da Europa e África, cresce espontânea um pouco por todo o lado, em lameiros, terrenos incultos, beiras de caminhos, searas, tornando-se muitas vezes invasora e difícil de erradicar devido às suas raízes profundas
Pode atingir 1 metro de altura, apresenta caule floral rígido e robusto, folhas alternas com nervuras centrais avermelhadas, raiz espessa, rugosa e amarela ao corte, daí o seu nome inglês ser também yellow dock. Cheiro acre e sabor amargo.
Esta planta silvestre tem tanto interesse fito terapêutico como culinário, para fins terapêuticos utilizam-se tanto as folhas como as raízes e para fins culinários somente as folhas.
A sopa de labaças com grão era um prato comum na dieta dos árabes, mencionada num tratado antigo como calmante para o estômago. No Alentejo é ainda hoje muito comum a sopa de labaças com feijão.
São ainda conhecidas pelo nome de catacuzes, ruibarbo-selvagem ou paciência aquática.
Rica em ferro, cálcio, vitamina C, taninos, fósforo, antraquinonas, flavonóides (quercetina) e ácido oxálico.
Segundo a teoria das assinaturas (Paracelso 1493-1541 d.C.) as labaças com pintas vermelhas nas folhas eram utilizadas como depurativo do sangue, as labaças crespas de folhas e raízes amarelas eram utilizadas para tratar problemas hepáticos.
As labaças crescem normalmente junto das urtigas e são um bom antídoto para as picadas das mesmas quando esfregada na pele.
São úteis no tratamento de anemia, desintoxicação do organismo, ligeiramente diurética, prisão de ventre, indigestão, absorção deficiente de vitaminas, fraca tolerância a gorduras, fígado preguiçoso, icterícia ligeira e pele quente com prurido, vários problemas de pele como eczema, psoríase, acne inflamações do aparelho respiratório, gânglios linfáticos cronicamente inchados.
Nos dias quentes pode colocar uma folha de labaça nos sapatos para manter os pés frescos.
Em uso externo as folhas são úteis para tratar picadas de insectos, queimaduras solares e outras, com uma acção refrescante e cicatrizante.
Das folhas do Rumex acetosa, obtém-se um bonito amarelo limão, verde ou castanho.
Para além da conhecida sopa de catacuzes pode também utilizar as folhas do Rumex acetosa ou erva-azeda em saladas, molhos e omeletas, não devendo no entanto usar em excesso devido à alta concentração em ácido oxálico, as pessoas com problemas de ósseos, ou distúrbios renais, devem utilizar apenas doses terapêuticas ou não utilizar.
FERNANDA BOTELHO nasceu em Tojeira/Sintra em agosto de 1959.
Aos 18 anos viaja para Londres onde estuda antroposofia e plantas medicinais e pedagogia Montessori.
Fez o curso de guia de jardim botânico com a Alexandra Escudeiros e gostou tanto que repetiu no ano seguinte.
Apaixonada por jardins botânicos, é frequentadora assídua de Kew gardens. Absorve o que vê, fotografando e escrevendo.
Publica anualmente desde 2010 agendas de plantas medicinais, três livros infantis “Salada de flores” “Sementes à solta” e “Hortas aromáticas”. “As plantas e a saúde, guia de remédios caseiros”. É colaboradora do programa Eco-escolas desenvolvendo projetos de plantas medicinais e hortas sustentáveis nos espaços escolares com professores e alunos.
É convidada regular da RTP 1, organiza passeios botânicos e dá workshops sobre plantas medicinais.
Blogue Malva Silvestre.
bastante interessante mas não sei se conseguirei identificar a planta .
Fico feliz por saber que não sou a única que reconhece algumas propriedades destas plantas assim cá vai mais uma: o chá destas ervas são excelentes para a diarreia limpam e regularizam os intestinos, também é muito bom para purificar o sangue. A senhora do comentário anterior tem dificuldade em identificar a planta, pois dir-lhe-ei que é uma planta inconfundível, aparece normalmente em terrenos frescos e arejados (selvagens).
Falta referir um dos componentes e propriedades mais importantes: o resveratrol, a raiz desta planta é 100 vezes mais rica em resveratrol que o vinho, um poderoso composto anti-envelhecimento e anti-cancro, em vez dos 2 copinhos de vinho tinto ao dia recomendados mais valia duas a tres saladinhas ou chas desta planta e sempre evitariamos a recomendação ao alcool, que agora serve de desculpa.
Para aproveitar as vantagens das raizes como as devo consumir?Tenho tentado conhecer plantas comestiveis e alternativas, mas só com o contacto das pessoas mais velhas. Lá me vou safando.
Obrigada pelos esclarecimentos. Pois tenho a quinta quase infestada de labaças e de soagem (echium plantagineum). Alguém sabe se a soagem tem alguma utilidade? Pois disseram-me que os italianos comiam as folhas tenras.
Obrigada pela descricão da planta. Parece-me que há aqui na Suécia. Se houver vou Fazer a sopa de catacuzes
Eu tenho saudades das sopas de feijão com labaças que minha mãe fazia.Agora julgo não ser capaz de reconhecer a plata e atém nem sei se aqui no Entroncamento onde moro exista.