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Casa da Cerca centro de arte contemporânea de Almada

Com uma vista deslumbrante sobre Lisboa,  a Casa da Cerca, em Almada, merece sem dúvida uma visita. Para além dos jardins interessantes o facto de todo o conceito do espaço estar ligado às artes plásticas torna-o único. A nossa visita foi feita no mês de Fevereiro portanto o jardim está muito mais estrutural nesta altura do ano, mas com uma beleza especial tendo em conta também o dia de sol esplendoroso.

O espaço foi adquirido pela Câmara Municipal em 1988, a Casa da Cerca foi recuperada e transformada em centro cultural. A divulgação da Arte Contemporânea é, desde 1993, a sua principal função. Convidado pela autarquia, o pintor Rogério Ribeiro desenvolveu o projeto do Centro de Arte Contemporânea.

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Dispõe ainda de um Centro de Documentação e Informação, que dá apoio técnico e teórico às exposições, bem como a estudantes e investigadores no domínio da arte contemporânea. Todo o espaço envolvente é também um convite irrecusável a uma visita calma e atempada a este equipamento cultural.

No Jardim Botânico O Chão das Artes dá a conhecer a ligação entre a Botânica e as Artes. Nos sugestivos Pomar das Gomas, Jardim das Telas, Jardim dos Óleos ou Jardim dos Pigmentos, é possível descobrir árvores, arbustos e flores que são a matéria-prima.

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História

A data de edificação da Quinta da Cerca permanece ainda vaga, sabendo-se apenas que se trata de um solar típico dos séculos XVII-XVIII. A capela terá sido construída numa fase posterior à da construção do edifício principal. Sabe-se que o tecto da capela foi trazido da Quinta do Pombal, também em Almada, na altura em que a quinta pertencia à família Teotónio Pereira. Pensa-se que a Quinta da Cerca e o antigo Convento de S. Paulo terão sido uma única propriedade, devido à proximidade dos dois edifícios e à confluência dos seus terrenos.

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Durante as Invasões Francesas esta casa serviu de aquartelamento ao regimento de Junot, sediado em Almada. A quinta foi passando de proprietário em proprietário, até ser totalmente abandonada. Em 1974, após a revolução do 25 de abril, a casa é ocupada por alguns serviços do Hospital de Almada, que então necessitava de espaço.

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Em 1988 a Casa da Cerca é comprada pela Câmara Municipal de Almada e restaurada. A reutilização do espaço começa ainda em 1989, com a VI Festa de Teatro de Almada. Desde então todas as edições do Festival Internacional de Teatro de Almada são, anualmente, apresentadas na Casa da Cerca.

Abre as portas como Centro de Arte Contemporânea em 1993, recebendo desde essa data reconhecidos artistas e organizando  exposições de projeção nacional e internacional.

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Arquitetura

A Casa da Cerca insere-se nas tradicionais quintas de recreio, tendo sido alvo de várias intervenções ao longo dos séculos e cujas marcas perduram na linguagem barroca e romântica do edifício.

Pensa-se que o nome da Quinta tem a ver com a proximidade a uma das cercas da zona mais antiga de Almada, que assegurava a defesa da vila desde a Idade Média. A própria rua onde se situa o atual Centro de Arte Contemporânea chama-se Rua da Cerca e ainda são visíveis parcelas dessa “cerca”. A Quinta prolonga-se por 14 000 m2 tendo sido, em tempos, composta por logradouro, terras de semeadura, vinhas, horta, pomar e jardim. Atualmente conserva a capela, a cisterna e arrecadação.

A Quinta da Cerca revela um modelo clássico da arquitetura civil dos séculos XVII – XVIII, através de uma planta em U, de fachadas simples e lineares, sendo este edifício considerado o maior e mais característico exemplar de arquitetura civil setecentista da cidade.

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Restauro do Edifício

No final dos anos 80 apareceu um anúncio de jornal que colocava à venda a Casa da Cerca. A Câmara Municipal de Almada imediatamente contactou o proprietário e comprou o espaço, por 250 mil euros, com o objetivo de preservar este valioso equipamento histórico e arquitetónico.

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A Câmara Municipal de Almada adquiriu a Casa da Cerca, em 1988, na altura um edifício em ruínas, totalmente vedado à população. As portas foram logo abertas, para que os almadenses pudessem desfrutar da magnífica vista sobre o rio Tejo e sobre Lisboa. Ao adquirir esta quinta, a Câmara Municipal evitou que este espaço se transformasse em empreendimento turístico, optando por transformar a Quinta da Cerca num equipamento cultural dedicado à divulgação da Arte Contemporânea. Prosseguiu com a recuperação do edifício, atribuindo a responsabilidade da execução do projeto de restauro aos arquitetos Vasco Lopes e Victor Lopes dos Santos.

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No Jardim dos Óleos os girassóis dominam mas nesta área do jardim encontram-se também plantas como o linho, a papoila, o rosmaninho, a alfazema ou o alecrim. O óleo de linhaça extraído a partir de sementes de linho – Linum usitatissimum – é o mais utilizado na técnica de pintura a óleo pois para a forma de pintar dos mestres antigos, o óleo de linhaça era o melhor material, por isso o encontramos citado com frequência como o melhor de todos os óleos.

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Nesta área do jardim pretende-se remeter os visitantes para o imaginário pictórico de artistas plásticos cuja obra reflete a natureza de forma mais recorrente, evocando-os, quer através da recriação dos seus cromatismos dominantes, quer na recriação de aspetos particulares das suas obras.

O Jardim dos Pintores é a zona do jardim mais dinâmica, visto a sua temática ser anual. Os pintores já homenageados foram Monet e Van Gogh, através de jogos de cor azul/amarelo, girassóis, searas e outros elementos naturais, fonte de inspiração daqueles artistas, reconstituíram-se aspetos do seu trabalho.

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Em 2008, a Casa da Cerca convidou a escultora Fernanda Fragateiro para criar a intervenção no Jardim dos Pintores. O resultado foi a instalação “Ar, terra, água, luz, aço, tempo”. Esta proposta de Fernanda Fragateiro apresentou um “jardim negro”  cujo acesso é dado por uma estrutura em aço inox que refletia e convocava os sinais da paisagem envolvente.

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Neste setor do jardim encontram-se as plantas das quais se extraem corantes e tintas – as plantas tintureiras. Destas plantas obtém-se a cor, nomeadamente o amarelo do açafrão, o vermelho da ruiva-dos-tintureiros, o azul do índigo e o negro do carvão da videira. Entre as diferentes possibilidades de suportes, as telas desempenham um papel relevante.. Assim, neste espaço do jardim encontram-se, entre outras, plantas a partir das quais se extraem fibras para a sua produção: o linho e o algodão.

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A maior parte das telas eram produzidas com a fibra do linho (Linum usitatissimum), sendo o algodão (Gossypium herbaceum) referenciado por Cennino Cennini como material para papel de desenho, telas e, em rama ou forma de boneca, para limpar. O Pomar das Gomas é constituído por amendoeiras, cerejeiras, entre outras árvores de fruto, essencialmente do género Prunus, das quais se extraem gomas utilizadas em diferentes técnicas de pintura.

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A goma arábica, que por vezes estas gomas substituíam, é extraída por incisão nos ramos da Acacia senegal e utilizada como aglutinante nas aguarelas e como adesivo forte nos meios de têmpera.

A área da Mata está dedicada a dois tipos de materiais importantes na produção artística: as madeiras usadas em escultura e como suporte de painéis e retábulos e, ainda, as resinas. Encontram-se algumas das espécies mais usadas como suporte nas Escolas Europeias de Pintura, tais como, castanheiros, choupos, várias espécies de carvalho, etc., e diversas árvores resinosas, entre as quais pinheiros, cuja resina é a fonte da essência de terebentina e aguarrás.

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O espaço do herbário acolhe os serviços d’O Chão das Artes. Compreende uma área isolada de herbário, uma sala de trabalho e uma sala de lavagens e de manuseamento de material vegetal fresco. O herbário constituído até ao momento, resulta de um projeto de colaboração entre a Casa da Cerca e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no âmbito do Projeto Almada Cidade Digital.

Referência Câmara Municipal de Almada

 

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Espaços disponíveis:

Galeria de Exposições

Galeria do Pátio

Parque de Escultura

Cisterna

Jardim Botânico Chão das Artes

Auditório (possibilidade de cedência por aluguer perante marcação prévia)

Serviços disponíveis:

Exposições de artes plásticas, individuais, coletivas e temáticas

Serviço Educativo – realiza visitas guiadas (com marcação prévia) e ateliers de expressão plástica

Centro de Documentação e Informação

Venda de publicações

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Horário:

Exposições

de terça a sexta das 10h às 18h

sábados e domingos das 13h às 18h

Jardim Botânico O Chão das Artes

de terça a sexta das 10h às 17h30

sábados domingos das 13h às 17h30

Centro de Documentação e Investigação Mestre Rogério Ribeiro

de terça a sexta das 10h às 12h30 e das 14h às 17h

Saiba mais em www.m-almada.pt/casadacerca.

 

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5 Comments

  1. Maria José Bento 30 de Outubro de 2014

    Na primeira visita fiquei encantada!! No passado fim de semana voltei lá.. É um espaço a visitar com muito gosto.

    Responder
  2. Todas as semanas vou à Casa da Cerca, nem que seja por uns breves minutos para desfrutar da melhor vista da cidade de Lisboa, de luz, de paz, de bem estar….É um espaço encantador em qualquer época do ano….É um paraíso.

    Responder
  3. Fiquei maravilhada com este espaço dedicado às artes, mas em particular pelo bom gosto e pela possibilidade que os visitantes tem de disfrutar deste riquíssimo património. Obrigada

    Responder

Deixe o seu comentário Maria José Bento

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