Espécies arbustivas e largas com uma atrativa casca escamada castanho-avermelhada e folhas escuras e lustrosas. É bastante vulgar em Portugal e cresce em todo o país com exceção das zonas alpinas. Em matos e pinhais encontramos sempre um Medronheiro localizando-se maioritariamente nas encostas.
A espécie Arbutos unedo apresenta cachos de minúsculas folhas urceoladas brancas ou rosas que surgem do Outono à Primavera, seguem-se os frutos laranja e vermelhos, levam um ano para amadurecer e são comestíveis. Atingem os 8 m de altura mas são plantas de crescimento lento e muitas permanecem pequenos arbustos durante toda a vida. É uma árvore de folha persistente e mesmo muito resistente.
Associa-se com carvalhal da zona temperada húmida; da zona continental seca e fria; da zona continental seca e quente e da zona húmida e quente.
A sua madeira é pesada , homogénea e dura, difícil de trabalhar mas de pouca duração.
Pela fermentação dos frutos obtém-se a aguardente de medronho, é uma espécie ornamental mas que pode ter uma componente também medicinal.
Ideais para formar bordaduras largas num canteiro ou como plantas solitárias. Espécie rústica e depois de adulta é resistente à geada.
Cultivo: requer solo fértil e alcalino (no caso do Arbutus menziesii precisam de solos ácidos e podem atingir os 15m de altura), enriquecido com bastante matéria orgânica bem decomposta e grumosa, em local abrigado, soalheiro e protegido dos vento frios mesmo depois de adulta.
Podar os ramos desordenados para manter uma forma harmoniosa no Inverno ou no fim da Primavera, período de dormência da árvore. Esta poda deve ser mínima. Semeie em vaso e assim que a semente estiver madura coloque num estufim frio. No Verão corte estacas semilenhosas das extremidades dos caules.
Outra das espécies é o Arbutus andrachnoides com flores do Outono á Primavera mas os frutos são raros. A casca vermelha do tronco é muito atrativa e a árvore pode atingir os 8m de altura.
Boas notícias para Portugal
Desde há alguns anos para cá têm sido aprovadas um conjunto de medidas de apoio ao desenvolvimento desta árvore. Desde a preservação das áreas naturais de medronheiro aos apoios para a limpeza de espécies invasoras e a gestão do combustível vegetal nessas áreas. Têm acontecido plantações de novas áreas de medronheiro, mormente em faixas de gestão de combustível de proteção a aglomerados populacionais.
O medronheiro apresenta uma forte resiliência ao fogo e é detentor de uma rápida capacidade de regeneração, sendo que, muitas vezes, é o primeiro a rebentar depois de um incêndio, é uma espécie autóctone dos nossos territórios que, face à sua baixa inflamabilidade/combustibilidade, constitui uma solução segura para arborização em locais de proteção a edificados ou aglomerados populacionais, circunstâncias que fazem com que seja uma forte aliada na prevenção dos incêndios florestais.
O medronheiro tem um interesse económico significativo, devido à possibilidade de múltiplas utilizações, algumas das quais mais rentáveis até que a tradicional aguardente de medronho. O fruto fresco regista crescente interesse quer para venda no retalho, quer ainda para o processamento em polpas, sumos e compotas, ou mesmo para cosmética ou farmacêutica.
Trata-se de uma espécie que, se adequadamente promovida e gerida é particularmente promissora pelos impactos ambiental, económico e social que projeta nos territórios em que se implementa.
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