Numa mensagem a propósito do Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca, Ban Ki-Moon, Secretario Geral da ONU, referiu que se estima que “24 milhões de pessoas tenham migrado devido a problemas ambientais” e que este número poderá “atingir 200 milhões até 2050”.
“Este ano, a celebração do Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca salienta a ameaça crescente que a desertificação e a seca representam para a estabilidade nacional e internacional”, disse, notando que “quase um terço das terras cultivadas se tornou improdutivo nos últimos 40 anos” e que “cerca de três quartos das pastagens naturais apresentam vários sintomas de desertificação”.
Nas palavras de Ban Ki-Moon, as alteraçõees climáticas contribuíram para essa situação, mas são “apenas um dos factores”, sendo necessário, em particular, repensar “as práticas agrícolas e a forma como são geridos os recursos hídricos”.
“A agricultura e a criação de gado representam 70 por cento do consumo de água doce e são responsáveis por cerca de 80 por cento da desflorestação. A procura crescente de produtos agrícolas utilizados para alimentar o gado e como biocombustíveis exercerá uma pressão acrescida sobre estes recursos escassos, se não forem geridos de uma maneira sustentável”, advertiu.
Em sua opinião, o consumo mundial e os modos de produção actuais “não são sustentáveis” e isso terá como consequências, entre outras, “novas crises alimentares mundiais como a de 2008 e a continuação da desertificação, da degradação dos solos e dos períodos de seca”.
“Como sempre, os pobres serão as primeiras vitimas e as últimas a recuperarem”, acentuou.
Na sua mensagem, o secretário-geral da ONU aponta “os riscos que advém de permitir que a desertificação avance” e reconhece que lutar contra as alterações climáticas é contribuir “para inverter a desertificação, aumentar a produtividade agrícola, atenuar a pobreza e reforçar a segurança a nível mundial”.
Informações úteis na página online da Protecção Civil.
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