Vamo-nos aproximando do Inverno, tempo frio em que as castanhas são um alimento confortante, mas também calórico e nutritivo.
Fique a saber no entanto que em fitoterapia as folhas do castanheiro são também bastante apreciadas e aproveitadas.
Durante muito tempo acreditou-se que o castanheiro (Castanea sativa) tinha sido importado do Irão no séc V a.C. e por meio de cultura se tinha propagado por toda a Europa, estudos recentes provam no entanto que o castanheiro cumum (outro nome que lhe é atribuido entre nós) é oriundo da Península Ibérica, hoje podem encontrar-se por toda a Europa setentrional belas matas de castanheiros, em Portugal cesce um pouco por todo o país em bosques e montanhas até 1300 metros. As mais bonitas matas de castanheiros que conheço e recomendo no nosso país são as do Parque natural da Peneda/Gerês no mês de Novembro, em que o solo fica coberto de mantos dourados e acastanhados de folhas de castanheiro.
É uma árvore de folha caduca que pode atingir entre os 20 a 30 metros de altura, apresenta um tronco maciço, madeira dura, casca jovem, lisa, de cor cinzento-prateado, as folhas são verde escuras, lanceoladas, amentilhos (espigas pendentes) femininos e masculinos e cápsulas de sementes verde-amareladas, espinhosas, que contém 2 a 3 castanhas de casca brilhante, prefere solos siliciosos e bem drenados onde as suas raízes possam penetrar profundamente no solo, o castanheiro tem muita dificuldade em se desenvolver em solos cálcarios.É de crescimento lento nos primeiros anos, acelerando-se em seguida, atingindo o seu porte definitivo por volta dos 50 anos, se estiver isolado, o tronco mantém-se baixo, a copa expande-se e a frutificação dá-se por volta dos 25-30 anos, caso faça parte de uma floresta, cresce muito mais e só dará frutos por volta dos 40 ou 60 anos.
Os castanheiros podem viver muitos anos e em alguns casos atingir 1000 anos de vida, com a idade o tronco torna-se oco. Julgo existir ainda na Secília, nas encostas do Etna, um castanheiro cujo tronco servia de abrigo a um rebanho de ovelhas e que segundo contavam os camponeses teria cerca de 4000 anos.
O castanheiro-cumum (castanea sativa) é da família das fagáceas a que também pertencem os carvalhos e as faias e não deve confundir-se com o castanheiro-da-Índia (Aesculus hippocastanum) que é da família das hipocastnáceas e é mais plantado como árvore ornamental em parques e avenidas de belíssimas folhas palmadas e flores brancas manchadas de amarelo e vermelho, uma das primeiras a abrir na Primavera. As suas folhas apresentam no entanto propriedades muito semelhantes às do castanheiro cumum mas as castanhas são muito mais amargas.
As folhas e a casca são muito ricas em taninos, os frutos contêm glúcidos, lípidos e prótidos, pictina, mucilagem, amido e sais minerais e vitaminas B1, B2 e C.
A farinha de castanha contém cerca de 6 a 8% de proteínas.
A castanha fresca é uma boa fonte de vitamina C, de vitamina (B1), de piroxila (B6), de potássio (K) e de fósforo.
Muito nutritiva a castanha teve um papel primordial na alimentação de vários povos ao longo da história, é também conhecida como pão dos pobres e possui verdadeiras propriedades anti-anémicas e tónicas.
Era outrora utilizada como alimento base em anos de más colheitas.
É anti-séptica, estomacal e ajuda a corrigir problemas de atraso no crescimento das crianças., anti-hemorrágica, combate problemas de varizes e hemorróides, náuseas, vómitos e diarreias. As folhas jovens cozidas na Primavera podem ser utilizadas para acalmar ataques de tosse.
A casca da castanha, misturada com a casca do carvalho e folha de nogueira em decocção pode ser aplicada em irrigações vaginais para estancar hemorragias uterinas.
O chá de folhas de castanheiro ao contrair as mucosas, inibe os ataques de tosse violenta, daí ser recomendado contra a tosse convulsa, bronquite e expectoração, é ainda utilizado em gargarejos em casos de garganta inflamada, pode ainda ser utilizda para aliviar dores reumáticas, de articulações e musculares.
A castanha é um farináceo de Inverno, convém tirar a pele antes de a consumir pois esta tem sabor bastante amargo, destaca-se facilmente quando ainda quente e depois de cozida ou assada.
Pode incorporar-se em sopas, saladas e recheios, a farinha da castanha pode mistutrar-se com outras farinhas na confecção de bolos, pão, crepes gelados e pudins.
O puré de castanha está ainda em certos países associado à caça e às aves.
Se a sua conservação for feita em local fresco e seco, sobre areia seca, poderá durar um ano, pelada e cozida a castanha converva-se apenas poucos dias no frigoríifico.
O chá das das folhas está contra indicado em diabéticos, crianças com menos de 10 anos, grávidas e em casos de amamentação.
.
.
20 cl de natas de boa qualidade
50 gr de açúcar
200 gr de creme de castanhas
Flûtes ou taças para champagne
Comece por colocar uma parte de creme de castanhas no fundo de cada flûte. Bata as natas, que deverão estar bem frias, e quando estiverem no ponto acrescente o açúcar, batendo de novo até o incorporar.
Reserve metade das natas no frigorífico. Acrescente 2 c. sopa de natas ao creme de castanhas para o diluir um pouco e depois envolva delicadamente as restante natas no creme.
Reparta esta mistura pelos copos, terminando com uma última camada, de natas, polvilhadas com café solúvel, cacau, ou, se apreciar contrastes de sabores e texturas, pimenta acabada de moer ou pedacinhos de suspiro.
Nota: Pode obter diferentes texturas e cores misturando quantidades diferentes de creme e natas. Surpreenda os seus convidados…
FERNANDA BOTELHO nasceu em Tojeira/Sintra em agosto de 1959.
Aos 18 anos viaja para Londres onde estuda antroposofia e plantas medicinais e pedagogia Montessori.
Fez o curso de guia de jardim botânico com a Alexandra Escudeiros e gostou tanto que repetiu no ano seguinte.
Apaixonada por jardins botânicos, é frequentadora assídua de Kew gardens. Absorve o que vê, fotografando e escrevendo.
Publica anualmente desde 2010 agendas de plantas medicinais, três livros infantis “Salada de flores” “Sementes à solta” e “Hortas aromáticas”. “As plantas e a saúde, guia de remédios caseiros”. É colaboradora do programa Eco-escolas desenvolvendo projetos de plantas medicinais e hortas sustentáveis nos espaços escolares com professores e alunos.
É convidada regular da RTP 1, organiza passeios botânicos e dá workshops sobre plantas medicinais.
Blogue Malva Silvestre.
Porque não é recomendado para os diabéticos o chã de folha de castanheiro, quando o saber de pessoas de muita idade o sejerem.
Boa Noite.
Primeiramente parabéns pelo seu trabalho.Necessito de uma informação.O chá de castanheira é benéfico para quem esta fazendo radioterapia e por que? Aguardo retorno.Muito obrigada.
Magna Castro
Gostaria que alguém comentasse sobre o chã de folhas de castanheiro, o por que não é recomendado a diabéticos.
Olá!
Na minha aldeia, perto da cidade de Chaves (norte interior de Portugal) há muitos castanheiros. Recentemente li num documento datado de 1755 que aí havia também alguns castanheiros da Índia.
Como neste momento, não encontro lá nenhum castanheiro da Índia, gostava de saber se esta árvore é ou foi comum em Portugal, especialmente no norte.
Obrigado
Olá comecei a tomar o chá das folhas da castanha do pára pois estava me sentindo mto inchada e com dores nas pernas posso garanti que estas folhas são milagrosas fazem efeito mesmo recomendo a que tiver o mesmo problema ok
Para fazer o chá as folhas tem que estar vedes ou secas