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Harmonia e beleza num espaço tipicamente português

Texto: Catarina Gonçalves Fotografia: Vasco de Melo Gonçalves

O Jardim Amália Rodrigues foi inaugurado em 1996 com a designação de Alto do Parque. Renomeado em 2000 para homenagear a fadista Amália Rodrigues, este espaço verde prolonga-se para norte do Parque Eduardo VII. Localizado numa área central e das mais altas da cidade, possuindo portanto uma vista magnífica.

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É um projecto de 1997 pelo Arquiteto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles e sua construção foi em 1999. Um espaço pós-modernista expresso no cuidado do tratamento da forma, e na existência de um conceito de suporte a todo o jardim.

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O seu relevo e desenho dão-lhe grande diversidade de ambientes. Possui um grande anfiteatro virado para o vale da Avenida da Liberdade e um lago circular, junto do qual se localiza um bar com esplanada. O ponto mais alto do jardim, é ocupado por uma zona de estar circular onde se encontra a estátua da autoria do escultor Mestre Lagoa Henriques.

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A esplanada “Linha de Água” está completamente integrada no espaço em frente ao lago circular, o lugar ideal para um almoço leve com uma vista espetacular. À volta da zona do lago podemos encontrar zonas arrelvadas com oliveiras, pinheiros-mansos, choupos, amendoeiras e carvalhos.

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Junto ao anfiteatro está uma fila de pinheiros-mansos, uma árvore que pode chegar aos 30 metros de altura e muito típica dos jardins mediterrâneos litorais. Esta espécie precisa de 15 anos até dar frutos e a maturação das suas sementes leva 3 anos. Semi-circular o anfiteatro apresenta caminhos que acompanham as curvas de nível onde estão implantados bancos em metal, sem costas. Estes caminhos interligam-se por outros mais curtos de posição ortogonal. Ao fundo do anfiteatro situa-se uma calçada portuguesa.

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Junto ao restaurante encontram-se algumas amendoeiras, uma árvore de folha caduca com um tronco retorcido, de flores brancas e rosas que surgem antes das folhas entre Fevereiro e Março e formam um verdadeiro espectáculo visual.

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Os caminhos na zona leste do jardim são orlados por oliveiras que nos transportam para um Portugal rural, a oliveira tem uma grande longevidade existindo espécimens que podem durar até 2 mil anos de idade.

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As árvores altas e esguias são choupos-da-Lombardia, uma forma colunar que provém de uma mutação ocorrida naturalmente. Podem ainda observar-se arbustos típicos da flora Portuguesa como tamargueiras, pilriteiros e medronheiros. No jardim Amália Rodrigues destacam-se duas esculturas: “Maternidade”, da autoria do escultor colombiano Fernando Botero, escolhida pelos lisboetas e turistas aquando de uma exposição de obras suas no Terreiro do Paço. E “O Segredo”, da autoria do escultor português António Lagoa Henriques.

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Sensações por Vasco Melo Gonçalves

Confesso que não conhecia o Jardim Amália Rodrigues, uma criação da referência nacional, o arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles. Estava convencido, não sei bem porquê, que este espaço verde não seria mais do que um prolongamento do Parque Eduardo VII. Grande engano!

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Ao aproximar-me do jardim, a escultura “Maternidade” de Fernando Botero dá-nos as boas vindas bem como a maior bandeira de Portugal que já vi. Logo no início observo que temos um espaço muito diferente do Parque.

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Parti à descoberta do Jardim e, a cada passo, fui tomando contacto com um espaço deslumbrante onde a relação com a arquitetura e o utilizador é estreita. Fez-me lembrar os parques e jardins de Barcelona onde a ausência de vedações permite uma fácil circulação e uma grande ligação com o espaço envolvente.

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Desta minha visita fiquei com a sensação que este jardim tem três zonas distintas para se estar. A Oeste a elevação do terreno cria um espaço mais intimista e de recolha dominado pela escultura de Lagoa Henriques e pelos pinheiros de maior porte. No topo temos uma vista ampla onde se inclui a segunda zona composta por um grande lago parcialmente envolto por plantas aquáticas e por um passadiço. A esplanada existente no local permite que observemos a vida que um lago proporciona, desde as andorinhas a beber água às libelinhas passando pelos cágados. É um espaço relaxante, mais abrigado e de grande qualidade.

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Por último, a terceira zona é a do anfiteatro onde a vista sobre Lisboa e o rio Tejo nos deixa sem palavras. Gostei tanto deste espaço que, num espaço de quinze dias, fiz duas visitas ao Jardim Amália Rodrigues!

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Informações:

Localização: Topo do Parque Eduardo VII, entre a Alameda Cardeal Cerejeira, a Rua Castilho, Rua Marquês de Fronteira e a Avenida Sidónio Pais.

Freguesia: São Sebastião da Pedreira

Área: 6,2ha

Equipamentos: Café, Esplanada, Lago, Anfiteatro

Horário: Aberto 24h, entrada gratuita

Acessibilidades: Autocarros (Carris): 718, 742

Metropolitano: Linha Azul (Estação São Sebastião, Estação Parque)

Saiba mais em www.cm-lisboa.pt e aconselhamos o livro Guia dos Parques, Jardins e Geomonumentos de Lisboa uma produção da Naturterra editado pela Câmara Municipal de Lisboa.

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