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Flores para sempre: Todos os dias e todas as ocasiões são pretexto para flores

Foi com esta ideia em mente e porque gosto de lidar com todas as formas da biologia que me inscrevi no workshop do passado dia 2 de Fevereiro no espaço Horto do Campo Grande. O tema era aprender a fazer ramos de flores a pensar no Dia do Namorados ou para surpreender em qualquer ocasião.
Com uma componente teórica e prática fomos ao encontro de Ana Maria que trabalha com flores há mais de 30 anos e que tem um carinho especial por estes seres vivos com quem lida todos os dias.

Texto: Luisa Mendes Fotos: Portal do Jardim

“A paixão pelas flores também se reflete no trabalho que se faz. Estar em proximidade, o toque e a energia de quem faz ficam nos ramos que se constroem”.

Se fazemos um ramo para nós é quase ao correr da pena ou do pincel se são para um cliente temos que ter a capacidade de empaticamente nos colocarmos no lugar do outro.

Fazer um ramo é um momento de criação de inspiração.

Mas não há dúvida de que todas as ocasiões são de flores, estas transmitem felicidade, beleza, perfume, natureza.

Alguns dos trabalhos e várias sensibilidades

Caixa:
Aspetos a ter em conta quando preparamos um ramo ou composição de flores:
– Qual a ocasião
– Quando falamos em tendências na realidade a principal é o que sente quem faz no momento da execução
– Adequar o ramo à jarra, ao local onde vai ficar.
– Não existe um número ideal de espécies num ramo depende muito da sensibilidade de quem faz e do gosto e da ocasião a que se destina.
– Ter a noção de que a nossa mão deve agrupar as flores muita vezes ouvimos dizer que a mão de Florista Estica – Pode ter que albergar 5 rosas ou 20 no mesmo ramo.

Ramo exótico

A sessão com cerca de 2 horas começou com a nossa anfitriã a preparar um ramo mais Exótico. As plantas usadas são a gosto tendo em conta as opções no momento. E o resultado foi muito interessantes porque é sempre surpreendente.
Neste ramo exótico em concreto Ana Maria usou um galho Salix (proveniente da Holanda), criou verticalidade com as Leucadendrum (na realidade uma verdura que quase parece também uma flor), fazem lembrar as Proteas e são de produção nacional. Acrescentou ainda rosas e orquídea um pouco de verdura a dar movimento e ligou tudo com folhas verdes e ráfia cor natural. Penso que dentro do Exótico criou algo simples e muito belo.
A altura do ramo teve em conta a altura da jarra, a base do ramo deve coincidir com a superfície daquela.

Ana Maria, a nossa anfitriã

Há medida que ia trabalhando Ana Maria transmitiu que não tem formação especifica na área, até porque não existem Cursos de Arte Floral em Portugal (área muito forte em Espanha). Aproveitou para fazer todos os workshops que foram aparecendo e é fã da Escola Holandesa. As floristas em Portugal são autodidatas e vão ganhando experiência com o tempo.
Depois da componente exótica foi a vez de passarmos ao ramo Campestre.
Criar um núcleo central e depois ir construindo a toda a volta é o segredo e claro, ter a mão de florista, a tal que Estica.
O tempo de vida útil da flor de corte varia de espécie para espécie mas sempre entre 1 e duas semanas, existem mesmo casos que podem durar mais. Um exemplo são as túlipas que são flores que mesmo em jarra continuam a crescer (tempo de vida útil 2 semanas). O seu Fototropismo (capacidade de se movimentar ao encontro da luz) é muito acentuado e por isso apresentam cambiantes de movimento que podem proporcionar jarras muito bonitas.
Mas voltando ao nosso ramo a escolha para o núcleo central foram os Lisiandros e para dar uma base, a Gipsofila que dura bastante tempo. Um conselho é retirar sempre as folhinha pequeninas dos caules desta planta e em todas as outras também. Neste caso concreto sujam muito a água e libertam um cheiro desagradável.
Depois foi acrescentar cor dada pelas tulipas, gerberas (sem arame- este só deve ser usado em situações muito excecionais), rosas, … tons de laranja vermelhos e amarelos no enquadramento branco da gipsofila e verdura. Outro truque é cruzar os pés das várias plantas que compõem o ramo de modo a criar uma base de apoio.

Arranjo de Rosarinho Pulido Valente

Finalmente as participantes tiveram oportunidade de fazer os seus ramos. Havia a possibilidade de utilização de bases e outros materiais, nomeadamente esponja de florista, foram ainda transmitidas algumas ideias para criarmos o nosso centro de mesa com velas, suculentas e margaridas.
Pessoalmente escolhi uma versão de ramo Campestre simples mas que me agradou bastante. Devo dizer que passado uma semana mantém a vivacidade e beleza do primeiro dia.
As participantes apresentaram trabalhos com composições muito bonitas numa grande diversidade de sensibilidades.

Ramo Campestre de Luisa Mendes

Existem muitos cursos e filmes online mas o contacto direto e pessoal tem muita vantagem. Acho que todas ficámos com vontade de voltar.
Vamos estar atentos à agenda dos workshops do Horto do Campo Grande.

Já agora e a título e curiosidade vão surgindo também no nosso país ofertas de fornecimento de ramos e flores via loja online.
O Horto do Campo grande aposta também nesta opção e a possibilidade de receber diretamente em casa o seu ramo em perfeitas condições é já uma realidade, sobretudo para todos aqueles que não estejam em proximidade com os Centro de Jardinagem e Floristas.

Uma ida ao Centro de Jardinagem é sempre uma festa nunca perca a oportunidade de o fazer.

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