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O bairro de Poblenou, que significa “Nova Cidade”, em Barcelona, tem um  parque central projectado pelo aclamado arquitecto Jean Nouvel.

A ideia, segundo o arquitecto francês Nouvel, é que o Parque Central de Poblenou fosse um recreio para o sol no Inverno e na Primavera, e no Verão torna-se um local de jogos de sombras.

A verdadeira inauguração deste parque só será feita nos próximos 3 anos quando a vegetação crescer e as árvores ficarem mais maturas, para se apreciar realmente a arquitectura deste espaço e para criar um intenso jogo de luz e sombra que era o que o seu designer pretendia.
Mais de cinco hectares de vegetação onde a vegetação nativa para o Mediterrâneo predomina, que compartilha o espaço com áreas temáticas e um design vanguardista.


É, como outros parques, um lugar para passear, jogar, ler ou conversar, mas é também um lugar para olhar. É um espaço espectacular, onde cada elemento vegetal ou peça de mobiliário urbano cumpre a sua função prática e decorativa. Exemplos disso são os diferentes tipos de pontos de luz que, inteligentemente integrados para os espaços, não apenas destacar o design e a vegetação, mas são eles próprios motivo de admiração, seja ela sob a forma de tochas, postes ou esferas metálicas deixadas no chão. Tochas que mantêm plantas e outros canteiros verticais originais contribuem para o carácter do parque.


O layout do parque é um triângulo formado por três ilhas diferentes, cada um tem áreas temáticas, com funções concretas. Entre aqueles que mais surpreende é a cratera-pou del món, (cratera do mundo), um caminho em espiral rodeado por flores, principalmente buganvílias, que simulam uma cratera. Ou Nius i dels cels pous (ninhos e poços dos céus): os ninhos são espaços que convidam ao descanso com trepadeiras em que área do tapete e os poços do céu, estruturas metálicas com malha coberto de flores.

Este parque foi concebido segundo critérios ambientais. Ele tem uma unidade de armazenamento de água e tratamento de irrigação que garante em todas as áreas do parque através de um sistema de gotejamento das águas subterrâneas. Através deste sistema, cada planta recebe a quantidade de água que necessita para o desenvolvimento.


A vegetação é muito importante neste jardim. Dentro do parque, a variedade de espécies é notável pela sua quantidade e seu uso como um elemento decorativo. Vegetação nativa para o Mediterrâneo predomina e favorece a aclimatação correcta da espécie. Existem cerca de 1.000 árvores, além de 35 palmeiras, mais de 5.000 arbustos e um número similar de cactos e plantas suculentas e cerca de 11.000 trepadeiras, sem esquecer as mais de 1.400 plantas herbáceas e 48 espécies de aromáticas. Vegetação deve agir como um telhado natural do parque que permite a luz passar.

Um Passeio pelo parque

Barcelona é uma cidade recheada de pontos de interesse quer ao nível da arquitectura como dos jardins e parques. No que diz respeito a espaços verdes a oferta é elevada e com características muito diferenciadas o que permite aumentar o leque de visitantes.

O Parc Central de Poblenou, implantado na famosa Diagonal, é de construção muito recente e não tinha grande conhecimento sobre ele, apenas tinha visto algumas imagens que, por sinal, me despertaram a curiosidade.

Barcelona, devido à sua organização arquitectónica, convida ao passeio e a andar a pé. As Ramblas, junto à estátua do Colombo, tinham sido o meu primeiro local de visita e, depois de consultar a planta da cidade (ter em atenção que algumas plantas mais antigas não referem o parque), decidi-me por avançar para Poblenou. As distâncias na planta são um pouco diferentes das da realidade e o meu percurso durou mais de duas horas!

Na nossa aproximação, uma das referências é o edifício Torre Agbar, cuja autoria é de Jean Nouvel o mesmo arquitecto que concebeu o Parc Central de Poblenou. Finalmente chego ao meu destino e deparo-me com portão peculiar em ferro, com a abertura não uniforme e com uma mistura de cores (ferro com rosa). O muro é alto e as grandes janelas de forma redonda permite uma visão do seu interior. Este muro tem levantado alguma polémica pois, em Barcelona não existe a tendência de murar jardins e parques e para a grande maioria dos habitantes, Barcelona é uma cidade aberta… Aparte desta questão eu achei muito interessante este muro e a relação do interior com o exterior. Através da visão seccionada provocada pelas janelas podemos imaginar o resto do parque. Mas esta situação está longe da realidade, ao entrar deparei-me com um universo completamente único e de uma beleza estética sem igual. Nunca tinha visto uma organização assim onde arcos e trepadeiras, caramanchões e catus se mistura com esculturas, estruturas orgânicas e mobiliário em alumínio num equilíbrio de formas e cores fora do vulgar.

Com uma concepção estética cuidada o Parc Central de Poblenou não é apenas um espaço de contemplação. Todo ele está virado para uma interligação profunda com o visitante, independentemente do motivo da visita. Em Poblenou temos espaços lúdicos dedicados ao desporto, espaços lúdicos para crianças, um espaço dedicado a danças tradicionais, espaços dedicados ao simples convívio ou conversa. O Parc Central de Poblenou tem uma configuração triangular e é composto por três espaços independentes fisicamente mas que funcionam como um todo. Esta divisão apesar de ser integrada não é muito agradável nem prática para o visitante pois obriga a atravessar ruas com algum movimento.

A circulação pelo parque é simples com um passeio ao longo do perímetro do espaço que acompanha o muro e a sua trepadeira. As incursões ao interior fazem-se em função dos pontos de interesse.

No final do meu passeio os sentimentos em relação ao Parc Central de Poblenou não eram unânimes. Por um lado estamos perante um espaço arrebatador ao nível da imagem com diversas soluções interessantes do ponto de vista estético mas com um carácter um pouco exibicionista. Fiquei impressionado com o espaço mas não consegui sentir o seu íntimo ou encontrar a sua alma.

Informação:

Av. Diagonal, 130

Abertura:

Dezembro, Janeiro e Fevereiro das 10h00 ás 18h00

Março e Novembro das 10h00 ás 19h00

Abril e Outubro das 10h00 ás 20h00

De Maio a Setembro das 10h00 ás 21h00

Fonte: Revista Tudo Sobre Jardins

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